Os dias de Mourinho no FC Porto, segundo Grzegorz Mielcarski

  1. Mourinho construía autoridade, falava com sensatez e dava conselhos valiosos aos jogadores do FC Porto
  2. Mourinho chegava a arbitrar jogos de treino e não tolerava qualquer contestação, expulsando quem não concordasse com ele
  3. Mourinho puniu Vítor Baía, fazendo-o treinar com a equipa B após o guarda-redes se ter atrasado ao treino
  4. Numa noite em Varsóvia, Mourinho e Mielcarski entraram num clube com um segurança armado, mas decidiram sair com medo de voltar com um olho negro

Em entrevista à TVP Sport, Grzegorz Mielcarski, antigo avançado do FC Porto, recordou os tempos no clube português, abordando a relação com José Mourinho e episódios que começaram a marcar a personalidade e carreira do "Special One".

A passagem de Mielcarski pelo FC Porto, entre 1993 e 1997, coincidiu com o início da carreira de José Mourinho no clube, então como assistente de Bobby Robson. O polaco recorda com saudade essa época, destacando a figura do treinador inglês e os primeiros passos do agora consagrado técnico português.

A construção da autoridade de Mourinho


«Inicialmente, passava a maior parte do tempo com os capitães do FC Porto, assistindo aos jogos do campeonato, com eles durante os treinos, andando atrás, criando laços, discutindo, construindo autoridade. Falava com sensatez, dava conselhos valiosos», recorda Mielcarski.


De acordo com o antigo avançado, Mourinho chegava mesmo a arbitrar jogos de treino semanalmente, não tolerando qualquer contestação: «Uma vez por semana, Robson deixava-o arbitrar um jogo de treino de 20 minutos. E naquele tempo não havia piadas. Quem não concordasse com ele era expulso do campo, não havia santos.»

O caso de Vítor Baía


Mielcarski relata também um episódio em que Mourinho puniu o guarda-redes Vítor Baía, uma das figuras mais importantes do FC Porto na altura. «Uma vez transferiu Vítor Baía para as reservas - o excelente guarda-redes chegou atrasado ao treino e Mourinho mandou-o mudar de roupa noutro balneário. Baía não gostou disso - de facto, raramente se atrasava. Bem, mas como não havia recurso, Baía foi ter com o presidente, que o amava como um filho, e anunciou: 'Ou era eu ou Mourinho'. Pinto da Costa pôs os olhos no treinador.»

A noite em Varsóvia


Mielcarski recorda também um episódio durante uma deslocação do FC Porto a Varsóvia para um jogo da Taça UEFA, em 2002, quando Mourinho já era o primeiro treinador da equipa.


«Mourinho deslocou-se a Varsóvia para assistir a um dos jogos dos 'Camisas Negras' e, à noite, sugeriu uma saída para um clube, não necessariamente de futebol. Eu não conhecia Varsóvia, apanhámos um táxi no centro e eu disse ao motorista para nos levar a algum lado. Fomos até aos arredores de Varsóvia, mas não era necessariamente o clube que queríamos. Havia um segurança à entrada com um taco de basebol, o Mourinho fez uma cara feia e decidimos voltar para trás. Disse ao motorista para nos levar a uma discoteca. Parámos em frente ao local, e dois tipos saíram de lá e começaram a lutar e a puxar-se um ao outro. José fica novamente aterrorizado: 'Não posso correr o risco de voltar para o Porto com um olho negro'.»

A rivalidade com Benfica e Sporting


Mielcarski abordou ainda a rivalidade do FC Porto com os clubes de Lisboa, Benfica e Sporting, destacando a "luta até ao fim" nesses jogos.


«Aprendi que, quanto mais sério fosse o jogo, mais reação poderia haver nos treinos e no hotel na semana anterior. Podia-se jogar às cartas, havia muitas gargalhadas. Tínhamos mais stress antes dos jogos contra o Vitória de Setúbal e equipas médias semelhantes. Depois, era claro que tínhamos de ganhar. Com o Benfica ou o Sporting, mais ricos, tudo podia acontecer. Quando há 'tensão', o corpo não se movimenta em campo. Quando se joga descontraído, voa-se. Numa ocasião, Paulinho Santos partiu o maxilar de João Pinto, do Benfica, colega de equipa da seleção de Portugal.»

Os "cheques ao almoço"


Mielcarski falou ainda da sua passagem pelo FC Porto, recordando os "cheques ao almoço" e uma lição de vida que aprendeu no balneário do clube.


«Pagavam com cheque. Antes de cada jogo, antes do almoço, havia um envelope ao lado do prato de cada jogador, com o seu nome, que continha um cheque de cerca de dois mil dólares por uma vitória no jogo anterior. Uma vez o capitão João Pinto levantou-se e disse: 'A filha de um dos meus colegas de equipa vai ser operada ao coração e proponho que façamos um donativo, mas não há qualquer obrigação. Estou a entregar o meu cheque, cada um deve fazer o que pensa'. Ninguém hesitou um segundo, cada um entregou o seu envelope, e posso garantir que havia alguns jogadores da equipa para os quais essa quantia era significativa.»

O primeiro encontro com Mourinho


Mielcarski recordou também a sua chegada ao FC Porto, quando conheceu José Mourinho, então assistente de Bobby Robson.


«Voámos num jato, éramos quatro pessoas: o presidente Pinto da Costa, o treinador Bobby Robson, Józek Mlynarczyk e eu. Havia muitos jornalistas e fotógrafos no aeroporto. Um rapaz bastante jovem também estava à minha espera: calções curtos, chinelos de dedo, cabelo comprido, t-shirt. 'Olá, sou o José Mourinho, um dos assistentes e tradutor do Bobby Robson, vou levá-lo a uma das clínicas daqui para fazer um check-up'.»

A figura de Bobby Robson


Mielcarski, que jogou no FC Porto entre 1993 e 1997, recorda com carinho a passagem pelo clube, destacando a figura de Bobby Robson.


«Robson é um homem que até hoje me dá vontade de chorar ao lembrar-me dele. Ele era como um pai para muitos desportistas. É-me difícil pôr tudo em palavras. Uma vez convidou-me para jantar. Tive um momento difícil. Ele mostrou o bar cheio e disse: 'O que é que quer beber?'. 'Nada, obrigado'. 'Mas, se estivesses aqui sozinho, o que escolherias?'. Apontei para o whisky, embora tenha mentido um pouco, pois na altura nem sequer conhecia o sabor da bebida. Em resposta, ouvi: 'Experimenta, porque amanhã podes morrer e não saberás a que sabia o whisky. A vida passa depressa, não sabemos o que nos espera na próxima curva'.»

Adeptos do Benfica protagonizam incidentes em restaurante de Sintra

  1. Cerca de 500 pessoas, 300 delas ligadas à claque do Benfica No Name Boys, deflagraram engenhos pirotécnicos no interior do restaurante Wok City.
  2. Um polícia ficou com ferimentos ligeiros numa mão devido à intervenção policial.
  3. Os indivíduos eram adeptos do Sport Lisboa e Benfica, do grupo organizado de adeptos No Name Boys.
  4. A PSP está a desenvolver diligências para identificar os autores dos incidentes.

Gustavo Silva: do extremo a goleador, o brasileiro que surpreende no V. Guimarães

  1. Gustavo Silva marcou um golo contra a Fiorentina e teve várias outras oportunidades
  2. Filipe Cândido descobriu Gustavo Silva quando este chegou ao Nacional, vindo do Comercial do Brasil
  3. Gustavo Silva esteve três vezes expulso na sua primeira época no Nacional devido à sua forma física de jogar
  4. Filipe Cândido acredita que Gustavo Silva pode evoluir ainda mais taticamente e subir a níveis superiores

Sporting com obrigação de vencer em Barcelos

  1. Sporting está proibido de perder pontos antes do dérbi com o Benfica
  2. Ambas as equipas interromperam recentemente uma série de resultados negativos
  3. Sporting tem histórico muito favorável, incluindo 12 vitórias em Barcelos
  4. Bruno Pinheiro: «Será um jogo complicadíssimo para nós»
  5. João Pereira: «Vai ser um jogo difícil, mas vamos entrar para ganhar os três pontos»
  6. Árbitro André Narciso tem bom registo para o Sporting

Distúrbios de adeptos do Benfica em jantar de Natal em Sintra

  1. Mais de 500 pessoas, das quais cerca de 300 ligadas à claque No Name Boys, estavam presentes num jantar de Natal no restaurante Wok City, em Sintra
  2. O grupo terá aberto potes de fumo e deflagrado engenhos pirotécnicos no interior do restaurante
  3. Um agente da PSP da Amadora ficou ferido com gravidade numa mão e teve de ser assistido no Hospital Amadora-Sintra
  4. Alguns membros da claque No Name Boys também foram encaminhados para o mesmo hospital

Peixoto acredita que derrota do Moreirense é enganadora

  1. O Moreirense saiu derrotado (3-0) do encontro da 15.ª jornada da Primeira Liga frente ao FC Porto
  2. Peixoto acredita que a derrota é enganadora
  3. Peixoto criticou a atuação do árbitro por não ter mostrado cartão vermelho a Nehuén Pérez
  4. Peixoto elogiou a qualidade da sua equipa, que já deu a volta a equipas como o Sporting e FC Porto