Conduta fora de campo
A recente polémica em torno de jogadores de futebol como Viktor Gyokeres e Aursnes a divertirem-se em dias de folga levanta questões sobre os limites da disciplina imposta pelos clubes aos seus atletas. Viktor Gyokeres, jogador do Sporting, foi fotografado a fumar um cachimbo de shisha numa discoteca num dia de folga. Já Aursnes, do Benfica, foi visto a beber cervejas numa esplanada, também num dia de folga. Estas situações geraram reações de alguns adeptos que questionaram se este tipo de comportamento é profissional.
Segundo João Caiado Guerreiro, advogado e autor da coluna de opinião "Direito ao Golo", a lei permite que atletas de topo, bem remunerados, se divirtam fora do horário de trabalho, embora com algumas limitações. «A ideia subjacente ao contrato de trabalho é que durante o horário de expediente o trabalhador está sujeito à autoridade e direção do empregador. Mas só isso. Fora do horário de trabalho há limites, mas poucos, porque felizmente ainda temos liberdade e somos adultos», explica.
Valor de mercado dos jogadores
O especialista refere que os jogadores de futebol têm um valor de mercado que os diferencia de outros trabalhadores, sendo parte desse valor pertencente ao clube. «Veja-se os 10M € que o Sporting vai receber pela saída de Rúben Amorim, se esta se concretizar. Aqui o contrato pode mesmo ser vendido. O contrato, não o jogador ou treinador, que aliás tem que concordar com a transferência.»
Caiado Guerreiro considera que os jogadores têm deveres especiais para com os clubes, nomeadamente no que toca à preservação da forma física. No entanto, defende que essa relação entre a vida laboral e a privada tem de ser equilibrada. «Não se pode proibir um Aursnes ou um Gyokeres de se divertirem: não podem é andar em noitadas em dias de trabalho. Mas se de vez em quando bebem uns copos ou fumam Shisha, tudo bem, porque não podemos esquecer algo importante: se um jogador, ou qualquer um de nós, estiver mentalmente feliz, o desempenho é sempre mais elevado.»
Carreira de Rúben Amorim
O autor da coluna de opinião elogia ainda a carreira de Rúben Amorim, treinador do Sporting, considerando que nos últimos cinco anos teve uma «carreira fantástica» e que o seu Sporting tem praticado um «futebol bonito e eficaz» com muitos títulos conquistados.
Por outro lado, o colunista Bruno Andrade, em artigo publicado no jornal, faz uma apologia ao golo marcado por Pepê, do FC Porto, num jogo contra o Estoril. Andrade considera que o lance merece ser celebrado sem qualquer «mas», afirmando que «o que Pepê fez não merece ser dividido com uma conjunção adversativa» e que «o que Pepê fez é tão e só digno de afirmação. De agradecimento. De exclamação.»