As janelas de transferências do futebol sénior feminino encerram recentemente nos principais mercados europeus, com a FIFA a divulgar um balanço que aponta 2024 como o melhor ano de sempre neste setor, em termos de vendas e compras.
Segundo o relatório da FIFA, datado de 3 de setembro, os gastos em transferências internacionais este verão atingiram os 6,8 milhões de dólares (cerca de €6 milhões), mais do dobro do observado em igual período da época passada, que foi de 3 milhões de dólares (aproximadamente €2,6 milhões).
Aumento de 32% no número de transferências
De acordo com o documento, registaram-se 1.125 transferências este verão, ou seja, mais 272 atletas do que no período homólogo anterior, representando um aumento de quase 32%. E se no verão se bateram recordes, o mesmo aconteceu com as transferências em janeiro, em que o investimento totalizou cerca de €2 milhões, um aumento de mais de 150% face a janeiro de 2023, quando foram gastos pouco mais de €700 mil.
Embora estes números ainda sejam insignificantes face às somas que as transferências do futebol masculino representam, «começam a ganhar peso no âmbito do mercado global», como sublinha o relatório da FIFA. O investimento efetuado durante este ano é 16 vezes superior ao registado em 2018, com a tendência a ser de continuar a crescer, já que «clubes e patrocinadores cada vez mais manifestam interesse em investir na modalidade», sobretudo nos países em que as ligas já se profissionalizaram, o que ainda não é o caso de Portugal.
Portugal: 3.º maior mercado europeu de vendas
Apesar disso, o nosso país tem razões para estar «moderadamente otimista», refere o documento. Portugal surge em terceiro entre os mercados europeus que mais venderam, com €811 mil, destacando-se as transferências de Kika Nazareth, do Benfica para o Barcelona, de Olivia Smith, do Sporting para o Liverpool, e de Telma Encarnação, do Marítimo para o Sporting.
Apenas a França (€1,1 milhões) e a Inglaterra (€1 milhão) superaram o mercado português de vendas. Já entre os que mais compram, Portugal está apenas em nono lugar, com apenas €140 mil. «A diferença é abissal e o fosso tende a alargar-se», alerta o relatório, pois o nosso «mercado não tem capacidade para lutar com a realidade dos mercados mais fortes», exemplificando com a venda da zambiana Racheal Kundananji, do Madrid CFF para o Bay FC, dos EUA, por cerca de €720 mil.
Tendência para continuar a crescer
Em suma, os números apresentados no relatório da FIFA revelam que o mercado de transferências do futebol feminino está em franca expansão, com 2024 a ser o melhor ano de sempre neste setor. Embora ainda distante dos valores do futebol masculino, este crescimento demonstra o interesse cada vez maior de clubes e patrocinadores em investir na modalidade, com Portugal a posicionar-se como um dos principais mercados europeus, sobretudo no que diz respeito às vendas.