Nuno Catarino, o novo CFO do Benfica, recebe apoio de Mauro Xavier

  1. Nuno Catarino é o novo Chief Financial Officer (CFO) do Benfica
  2. A dívida líquida do Benfica está a subir de forma preocupante
  3. O Benfica pagou 21,8 milhões de euros em juros no último exercício
  4. O Benfica precisa de assegurar duas grandes vendas por mercado para evitar prejuízos

É com grande satisfação que os adeptos do Benfica veem o clube a contratar profissionais de excelência para a sua estrutura, afirma Mauro Xavier numa carta aberta ao novo Chief Financial Officer (CFO) do clube, Nuno Catarino. O autor acredita que o sucesso do novo responsável financeiro, que enfrenta uma tarefa nada fácil, será o sucesso de todos os benfiquistas.

Mauro Xavier, enquanto benfiquista que acredita na gestão rigorosa como alicerce para o sucesso desportivo, considera «positivo» ver o Benfica «contratar profissionais de excelência para a sua estrutura». Da mesma forma que se tenta «contratar os melhores jogadores para o plantel», deve-se «recrutar os melhores gestores para a administração». Por isso, observa «com grande satisfação» a entrada de Nuno Catarino, «um profissional com provas dadas», para o papel de administrador financeiro da SAD.

Uma realidade complexa

Apesar de as novas responsabilidades serem «entusiasmantes», a realidade que o novo CFO enfrenta é «complexa» e o seu «estado de graça» será «inevitavelmente curto». O Relatório e Contas publicado esta semana contém «uma série de sinais de alerta que não podemos ignorar», alerta Xavier.

De acordo com o autor, a dívida líquida está a subir de forma «preocupante» e o passivo aumenta a um ritmo «insustentável». Embora o Benfica não esteja sob a alçada do fair play financeiro nem em situação de pré-bancarrota, o «caminho que estamos a trilhar não deixa de ser preocupante».

O aumento da dívida bancária

O aumento da dívida bancária, que «mais do que duplicou nos últimos quatro anos», resultou no pagamento de 21,8 milhões de euros em juros, um «sinal claro de que o Benfica está a viver acima das suas possibilidades».

Excluindo as transações de atletas, o Benfica teve, no exercício passado, um resultado negativo na ordem dos 90 milhões de euros. Isto significa que, «para evitar prejuízos», o clube «precisa de assegurar duas grandes vendas por mercado». Em outras palavras, atualmente, «necessitamos de vender quase dois talentos como João Neves por época». E, infelizmente, «todos sabemos o quão raros são talentos como o João».

Mudança de paradigma financeiro

Xavier defende que o Benfica precisa de uma «mudança de paradigma do ponto de vista financeiro». O que começou como uma «situação conjuntural transformou-se num problema estrutural, que requer uma ação imediata e decisiva».

O «único modelo financeiro sustentável» passa por um «equilíbrio entre as receitas operacionais e as despesas operacionais». A venda de jogadores deve ser uma «receita extraordinária», pois o objetivo de um clube é «vencer e não vender». Se se quer «mais sucesso desportivo», é preciso «conseguir manter os nossos talentos por pelo menos três anos». Na situação atual, há «12 meses para mudar de modelo e evitar mais vendas futuras».

Ações necessárias

Xavier conclui afirmando que «o que há a fazer não é popular, mas é necessário: reduzir os custos salariais do plantel e os valores das novas contratações, bem como renegociar os nossos principais contratos relativos à manutenção do estádio e segurança». É preciso garantir que, nos próximos anos, o Benfica volte a ser «não só um exemplo de sucesso desportivo, mas também de rigor e excelência na gestão». O autor está «todos com o novo CFO nesta missão: o seu sucesso será o sucesso de todos os benfiquistas».

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