A popularidade sem paralelo do futebol e a sua universalidade dependem de três fatores essenciais: simplicidade, regras-base quase imutáveis e muitos milhões de pessoas que o discutem no seu dia-a-dia.
O jogo de estreia de Portugal no Europeu constituiu um excelente exercício para avaliar a terceira condição, a do envolvimento apaixonado dos adeptos e treinadores de bancada.
A análise dos adeptos
Está a jogar com três laterais, disse-se quando foram conhecidos os onzes (se bem que sobre o da Chéquia poucos de nós saberiam ou saberão, ao contrário, espera-se, do Selecionador Nacional); Que grande risco jogar sem um trinco, sem o Palhinha, acrescentou o autor.
O Cristiano Ronaldo e o Pepe já não deviam estar aqui, tem-se ouvido desde antes do Europeu. Ainda jogam todos para o Ronaldo, acrescentou-se.
As críticas aos treinadores
Este homem nunca mais mexe na equipa, parece o Roger Shmidt no Benfica!, desabafava-se à medida que o relógia andava e Portugal não vencia.
Que golo de sorte, gritou-se com o empate, que resultou de autogolo. Nota de outro adepto: Azar — se eles jogam com dez dentro da área sujeitam-se a um deles acertar na bola para o lado errado.
O mérito dos treinadores
Roberto Martínez acreditou num sistema de jogo. Os treinadores de bancada não terão dado pelas primeiras substituições, visto que a ideia do Selecionador se manteve inalterável. Era bom recordar que a Chéquia, outrora República Checa, nos eliminou de chapéu do Euro-96, chegando depois à final, e tem marcado presença regular nas grandes competições.
Quando todos desesperavam na entrada para o período de compensação, entraram dois jokers que construíram a jogada do golo da vitória. Que sorte do outro Mundo!, clamou-se. Claro que há felicidade nestas escolhas e no acerto em poucos minutos. Mas elas foram feitas por alguma razão.