Futebol é um emprego
Em entrevista ao podcast Business Review Greece, Vangelis Pavlidis, avançado grego que o Benfica pretende contratar, admitiu que a carreira de futebolista é curta e, pessoalmente, vai atrás «da proposta de trabalho melhor».
«O futebol tornou-se um jogo de negócios. As equipas são empresas. Os futebolistas também se tornaram empresas. E todos tentam melhorar no futebol, tornar-se mais conhecidos e ganhar dinheiro. Porque, no fim de contas, para o jogador de futebol, isto é um emprego», começou por dizer o ponta de lança.
Ligas periféricas em ascensão
Sobre a opção de jovens futebolistas que optam por ir para campeonatos periféricos, como o da Arábia Saudita, Catar ou China, Pavlidis crê que não se pode julgar as decisões que cada um toma. «Cada futebolista tem a sua própria lógica e o seu próprio discernimento. É ele que escolhe o que vai fazer na sua carreira. Muitos dos futebolistas que escolhem esse caminho, penso que o fazem para ajudar a sua família, para ter uma vida melhor em termos financeiros. Porque também é muito importante para eles, depois dos 35 anos, ter segurança», considerou o avançado grego, que frisa que essas ligas estão «a subir de nível» pela qualidade dos jogadores que para lá se está a mudar.
Critério financeiro é importante
«Todas as pessoas, todos nós trabalhamos para ganhar dinheiro. Não só o futebolista, o basquetebolista e o comerciante. É preciso dinheiro para viver, para sobreviver. Não se pode fazer isto só por diversão, às vezes é preciso sair um pouco do romantismo para aqueles de nós que assistem fanaticamente. O critério financeiro existe, por isso não se pode propriamente julgar uma pessoa ou um atleta por isso. Pode ser o primeiro critério ao escolher um trabalho, pode ser o segundo, pode ser o terceiro. Mas existe. O meu critério é que se tiver uma proposta de trabalho melhor, vou para onde me pagam mais», concluiu.
Inspirações e referências
Vangelis Pavlidis, avançado grego do AZ Alkmaar que o Benfica está próximo de garantir, concedeu grande entrevista na Grécia, onde se deu a conhecer. «Quando jogava na academia em Salónica, com 15, 16 anos, gostava do Gerard porque jogava a 8. Essa era a minha posição. Mas depois, na Alemanha, puseram-me na frente e tive de melhorar outras coisas. Foi aí que comecei e olhava um pouco mais para o Suárez. Gostava muito do Suárez em miúdo, do estilo dele e do Benzema. Acho que esses dois estão mais próximos do meu estilo.»
Versatilidade e adaptabilidade
Pavlidis conta que nem sempre foi ponta de lança quando fez a formação. «Estava sempre a mudar de posição. Jogava a 4, jogava a extremo esquerdo. Jogava a 10, jogava a extremo direito. E não me importava. Porque, nessa idade, acho que o melhor é jogar, jogar, jogar, jogar, porque é assim que se melhora e o Real Madrid nos vai buscar. Um jogador só melhora com os jogos, e eu tive a sorte de jogar onde o treinador queria que eu jogasse.»
Exigências do futebol moderno
O internacional grego de 25 anos analisa o papel de um ponta de lança no futebol atual: «Felizmente ou infelizmente, foi nisto que o futebol se tornou. O trabalho do número 9 costumava de ser marcar golos. No entanto, atualmente, no futebol moderno, tens de desempenhar muitas outras funções. Claro que nenhum treinador, penso eu, atualmente, coloca jogadores que só possam fazer uma coisa. O futebol tornou-se tão rápido, é preciso ter boa resistência, é preciso ser tecnicamente bom, é preciso ser forte, é preciso marcar golos. É preciso fazer assistências. É preciso fazer tudo.»