Críticas não demovem Rui Costa
Apesar de ter sido «insultado e duramente criticado» nas assembleias gerais de anteontem, o líder das águias ainda acredita que é a solução. Sócios ouvidos por O JOGO concordam com a continuidade.
À palavra demissão, que «ecoou com insistência» nas duas assembleias gerais do Benfica de anteontem, Rui Costa contrapõe com outro conceito, a sua avaliação pessoal dos acontecimentos, que tem como base a ideia de continuidade. Segundo O JOGO apurou, o presidente dos encarnados não dará seguimento aos pedidos de saída ouvidos nas duas reuniões que juntaram mais de dois milhares de associados, sobretudo porque o antigo jogador considera ter, neste momento e sem outros condicionalismos, todas as condições para levar o mandato até ao fim, agendado para outubro de 2025.
Apoio de 85% dos sócios
Mesmo que a votação do orçamento do clube para a próxima temporada, contestada pelo movimento Servir o Benfica, tenha mostrado uma vitória tangencial (47,6% contra 43,2%), Rui Costa acredita que continua a ter do seu lado uma boa parte dos 85% de associados que lhe entregaram a cadeira presidencial de forma esmagadora no ato eleitoral de 2021, derrotando o concorrente Francisco Benitez.
Explicação para o "ruído"
O ruído que foi produzido nas reuniões de sábado, analisa também o presidente, tem diretamente a ver, por um lado, com a má época desportiva do plantel principal sob as ordens de Roger Schmidt e, por outro, com a divulgação na véspera dos resultados da auditoria forense, que preencheram o espaço informativo relacionado com o Benfica até ao arranque das assembleias, sobretudo com vários casos divulgados que, não constituindo crime - só as autoridades judiciais o poderiam avaliar dessa forma - levantaram dúvidas sobre os processos de contratação e venda de muitos jogadores.
Rui Costa confia na próxima época
Rui Costa continua a ver-se como a solução para dinamizar o Benfica, clube e SAD, mantendo como foco principal a aposta na vertente desportiva, como tem manifestado publicamente. O líder benfiquista crê que o insucesso da última época, pelo menos no que diz respeito ao futebol profissional, irá ser corrigido na próxima temporada, sendo esse um desfecho determinante para não ter de corrigir o rumo antes do próximo ato eleitoral e se voltar a apresentar a votação.
Sócios defendem continuidade
No seguimento dos pedidos de demissão formulados no sábado e direcionados a Rui Costa, O JOGO ouviu dois antigos dirigentes, José Capristano e João Carvalho, um da Direção e outro do Conselho Fiscal, e ainda um dos sócios que mais interrogações colocou na sua intervenção ao presidente do Benfica, que logo a seguir procurou responder a todas elas de uma só vez.
Os três associados são unânimes quanto à questão da demissão, todos consideram que não faz sentido haver eleições antecipadas e que «os mandatos são para serem cumpridos», como destacou João Carvalho, antigo presidente do Conselho Fiscal da Direção de Vale e Azevedo que se... demitiu pelo rol de ilegalidades com que se deparou. Capristano diz que o presidente «tem condições para continuar e não faz sentido» ir a votos já. Cristóvão Carvalho defende que, «no final de quatro anos, salvo situações excecionais que não parece ser o caso até agora, é que as pessoas devem ser responsabilizadas nas urnas». Este advogado de profissão destaca que «o Benfica não é feito de fracos, é feito de homens fortes», pelo que «Rui Costa tem de reverter a situação a que o Benfica chegou».