Uma auditoria forense aos negócios realizados pelo Benfica nas últimas temporadas revelou diversas transações questionáveis envolvendo jogadores da formação do clube da Luz.
De acordo com o relatório, o Benfica pagou 600 mil euros ao Leixões para adquirir 75% do passe do médio Bernardo Martins, conhecido como Benny. Contudo, apenas seis meses depois, o Benfica cedeu uma parte dos direitos económicos do jogador ao Paços de Ferreira, a custo zero.
«Foi uma passagem fugaz a do médio pelo Seixal, onde, ao serviço da equipa B, limitou-se a realizar 12 partidas, na temporada 2018/19. Foi em janeiro de 2019 que foi contratado e no verão seguinte rumou ao P. Ferreira, a custo zero, e com os castores a ficarem com 35 por cento dos direitos económicos do jogador», revelou a auditoria.
Segundo o documento, o Benfica não abdicou de 40% do passe de Benny, ficando ainda com uma parte dos direitos económicos do jogador. Entretanto, o médio já passou pelo Chaves, Sp. Covilhã e Académico de Viseu, tendo contribuído para a subida deste último clube à I Liga na última época. Na próxima temporada, Benny irá representar o Moreirense.
Num outro caso, a auditoria descobriu que o Benfica não recebeu qualquer valor quando emprestou o médio Gabriel ao Al-Gharafa, do Qatar, durante a época 2019/20. Pelo contrário, os encarnados ainda tiveram de pagar 300 mil euros em salários ao jogador durante esse período. Após o empréstimo, Gabriel rumou ao Fluminense a custo zero, depois de as partes terem rescindido o contrato.
Os negócios revelados pela auditoria levantam sérias dúvidas sobre a gestão financeira do Benfica e a forma como o clube tem lidado com os jogadores da sua formação.