César Boaventura, empresário de futebol, continua a ser julgado pelos crimes de aliciamento a jogadores do Rio Ave e do Marítimo para favorecer o Benfica na época 2015/16. No tribunal de Matosinhos, Boaventura afirmou que tudo não passa de um plano de difamação por parte de outros clubes portugueses, especialmente o FC Porto.
Boaventura alega que foi contactado por Urgel Martins, do FC Porto, que lhe propôs a venda de um jogador por 22 milhões de euros, com uma comissão de dois milhões para o empresário. O empresário afirmou que Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, também fez declarações que sugeriam a existência de práticas semelhantes por parte do Benfica.
O empresário também negou ter tido qualquer tipo de contacto com os jogadores mencionados no processo de aliciamento. Sobre as acusações, Boaventura alegou que nunca teve uma ligação pessoal com o ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e que tem melhores relações com outros clubes do que com o Benfica.
No entanto, Pedro Martins, antigo treinador do Rio Ave, testemunhou no julgamento e afirmou que três jogadores do clube confessaram terem sido abordados por um agente, poucos dias antes de um jogo contra o Benfica. Martins informou os responsáveis do clube sobre a situação, mas não notou nada de anormal durante o jogo.
Durante a sessão do julgamento, foram analisadas as declarações fiscais de César Boaventura, onde foram encontradas incongruências nos valores declarados e recebidos nos últimos cinco anos.
Este processo remonta à temporada 2015/16, quando o Benfica liderava o campeonato e venceu um jogo contra o Rio Ave. O lateral Lionn, um dos jogadores envolvidos no processo, faltou novamente à audiência, e os juízes não conseguiram entrar em contato com ele.
César Boaventura enfrenta ainda outro processo, acusado de crimes como burla, falsificação de documentos, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
A próxima sessão do julgamento está marcada para 26 de janeiro.