Toni, antigo jogador, capitão e treinador do Benfica, lamentou a morte de Franz Beckenbauer, poucos dias depois do desaparecimento de Zagallo, outro nome histórico do futebol mundial.
«O futebol mundial perde duas das suas grandes lendas no espaço de cinco dias. Uma não vi jogar, que foi o Zagallo, acompanhei como treinador. Vi Beckenbauer, joguei contra ele e vi a sua carreira como treinador, ganhou como jogador e selecionador com a Alemanha e foi para a presidência de um clube com a dimensão do Bayern, o que revela muito da sua personalidade e paixão pelo futebol», contou Toni em conversa com o Maisfutebol.
Toni recordou ainda os dois jogos em que defrontou o «Kaiser», nos quartos de final da Taça dos Campeões Europeus. O português usou a braçadeira de capitão do Benfica e trocou galhardetes com Beckenbauer, que acabou a sorrir no final da eliminatória: depois de um nulo na Luz, os bávaros golearam por 5-1 em Munique.
«Eu era capitão de equipa e ele também. Cá, empatámos 0-0. Lá, estava 0-0 ao intervalo, mas na segunda parte abriram a torneira dos golos», afirmou.
Tendo a oportunidade de pisar o mesmo relvado de Beckenbauer, Toni não conseguiu ficar indiferente à elegância que o alemão tinha a jogar. A capacidade técnica era invulgar para um defesa, que revolucionou a posição e impressionava qualquer um.
«Quem teve o privilégio de poder jogar contra ele e acompanhar a sua carreira... era um jogador fino, inteligente, elegante, com uma leveza muito grande. Jogava de uma forma simples, o que é difícil no futebol. Tornou-se, na altura, num líbero, uma figura que hoje não existe. Ele saía a jogar com uma qualidade técnica, uma visão de jogo e uma qualidade de passe incríveis. Contava com uma mão os passes que ele errava durante um jogo e sobravam [dedos]. Era, realmente, um jogador extraordinário», finalizou Toni.