Em entrevista à Lusa, José Manuel Constantino expressou preocupação com a atribuição de cidadania a atletas e como isso pode afetar outras situações semelhantes. Ele afirmou que houve uma 'mudança de atitude' nos serviços responsáveis pelas naturalizações, o que tem consequências negativas para o desporto nacional. O presidente do COP destacou ainda a importância do caso de Pedro Pablo Pichardo, que reavivou a controvérsia sobre as naturalizações de atletas portugueses.
'Uma mudança de atitude dos serviços de reconhecimento da naturalidade... quanto às exigências da atribuição da cidadania portuguesa', disse Constantino.
Ele acrescentou: 'Tenho a obrigação de alertar o país, é para o facto de entender que a decisão que está a ser adotada quanto à atribuição da cidadania portuguesa a pessoas com currículos desportivos extraordinários não nos está a favorecer, está a prejudicar-nos'.
Constantino também ressaltou que o envolvimento clubístico pode influenciar a forma como essas questões são percebidas, comparando o caso de Pichardo com o de outros atletas.
'Se isto acontecesse com um atleta de 200 metros ou com um decatlonista ou com um saltador com vara, a polémica não era a mesma', enfatizou o presidente do COP.
Ele também questionou por que outros atletas com currículos relevantes não recebem as mesmas isenções, mencionando os casos de Agate de Sousa, Roger Iribarne e Reynier Mena.
O presidente do COP concluiu sua entrevista chamando a atenção para a necessidade de explicação por parte do poder político da área desportiva.