O Benfica encontra-se no mercado de janeiro à procura de um lateral-direito, mas não seria surpreendente se também procurassem uma solução para o lado esquerdo. Os dois laterais-esquerdos contratados no último defeso têm sido uma desilusão até ao momento. Jurásek não tem sido impactante e Bernat tem passado a maior parte do tempo lesionado. Estas contratações revelam uma falha na recolha de informação por parte da estrutura benfiquista.
Nos últimos 30 anos, apenas alguns laterais-esquerdos conseguiram destacar-se no Benfica, como Fyssas, Léo, Fábio Coentrão, Siqueira e Grimaldo. É curioso notar que, ao contrário do lado direito, onde o clube formou grandes jogadores, como João Cancelo e Nélson Semedo, o Campus do Seixal nunca deu um nome sonante para a posição de lateral-esquerdo.
A falta de um lateral-esquerdo de qualidade no plantel tem sido evidenciada nesta época. Os jovens da equipa B ou sub-23 ainda não parecem prontos para assumir a posição. Rafael Rodrigues chegou a fazer a pré-época com a equipa principal, mas não convenceu o treinador Roger Schmidt.
A saída de Grimaldo, que está em bom plano no Leverkusen, tem sido sentida pelos adeptos benfiquistas. No entanto, é importante lembrar que nenhum jogador é insubstituível. Rui Costa teve um ano para preparar a sucessão na posição, sabendo que Grimaldo não iria renovar contrato. No entanto, as soluções encontradas até agora não têm sido satisfatórias.
Esta situação revela um aspecto da cultura do Benfica, caracterizada por uma mentalidade colectiva que está sempre à procura de extremos, para o bem ou para o mal. Apesar das dificuldades na posição de lateral-esquerdo, o clube tem a oportunidade de corrigir esta situação no mercado de janeiro e encontrar um substituto à altura de Grimaldo.