A história de Olga Maria, a alma do Celoricense, ilustra o imenso carinho e dedicação que ela tem pelo clube. “São todos muito queridos, humildes, trabalhadores e isto é uma família. Eu gosto muito de estar aqui, gosto muito deles. Se apreciar daqui a bocado, eles começam a chegar e dizem: 'Ó dona Olga, ó dona Olga...'. É uma festa.” Com a proximidade do jogo contra o FC Porto na Taça de Portugal, Olga prepara-se para outro dia intenso, um reflexo do seu amor pelo clube e pelos jogadores que considera parte da sua família.
No Estádio Municipal de Celorico de Basto, Olga é uma presença constante. Com 56 anos, é a roupeira do clube, dedicando-se ao cuidado e manuseamento do equipamento dos jogadores. “Não preciso de andar à toa com eles, procuro fazer o meu melhor e ajudá-los no que for preciso”, afirma, refletindo sobre a sua rotina entre o clube e outros trabalhos que desempenha. “O meu dia a dia é 24 sobre 24, praticamente. Ponho-me a pé de madrugada, faço casas de alojamento/turismo, escritórios ao fim de semana e aqui no clube.”
A Ligação com os Jogadores
Preparando todos os dias os cestos para a equipa principal, Olga menciona os gestos de carinho que recebe dos jogadores: “Ali, todos a tratam carinhosamente por 'dona Olga': jogadores, treinadores, diretores ou adeptos.” A atmosfera no clube é marcada por uma forte ligação entre a roupeira e os atletas, que entendem a importância do seu trabalho. Com o jogo se aproximando, Olga sente a excitação no ar. “Isto é muito bom. E este jogo... eu por acaso gosto de azul e branco (risos), mas mais do meu Celorico. Do meu Celoricense. Eles merecem e é muito bom para o concelho e para o clube.”
Momentos Especiais
Olga também partilha momentos especiais que teve com o plantel, como o fato de terem feito uma surpresa especial para ela: “Fizeram-me uma surpresa bonita no estádio entre jogadores e treinadores. Eu não estava à espera, foi muito giro e eu nunca desconfiei. Malandros (risos).” Essa ligação com os jogadores é visível, especialmente quando menciona as bolachas que sempre traz para eles: “Alguns jogadores são de longe, às vezes meto umas maçãs, umas bolachinhas e eles ficam sempre contentes. Eles merecem. São todos jogadores, mas são todos trabalhadores.”
Expectativa para o Jogo
Enquanto se prepara para a emoção do confronto com o FC Porto, Olga mantém-se esperançosa. “A bola é redonda, não é? Sabemos que o FC Porto é o FC Porto, uma equipa importante a nível mundial. Mas eu acredito muito no meu Celorico e nos meus jogadores. Penso que vão fazer um bom jogo e vai ser muito bonito.”
A Alma do Clube
A dedicação de Olga Maria é um exemplo do que significa fazer parte de uma comunidade, e a forma como ela se envolve no clube transcende o seu papel como roupeira. É verdadeiramente a alma do Celoricense, e a sua história é uma expressão do que significa o desporto organizado em pequenas comunidades, onde cada pessoa importa e cada esforço vale a pena.