A derrota do Arouca frente ao Casa Pia deixou o treinador Vasco Seabra a refletir sobre a performance da sua equipa. “Mais do que aquilo que o Casa Pia nos tentou fazer, teve mais a ver com a nossa proatividade no jogo”
, afirmou Seabra, reconhecendo que a entrada da sua equipa em campo não foi a mais adequada. O técnico sublinhou: “Nós não fizemos um bom jogo e a nossa entrada em jogo também não foi com a atitude mais própria que exigia.”
Além disso, Seabra destacou a dificuldade que a sua equipa teve em progredir com a bola: “Tivemos dificuldade em progredir com a bola sempre que batíamos a pressão, e isso fazia com que o Casa Pia pudesse voltar para trás e pressionar-nos novamente.”
Essa incapacidade de lidar com a pressão criou ansiedade na equipa, como salientou o treinador: “Com duas ou três perdas de bolas, ficamos mais intranquilos e começamos a jogar contra nós mesmos, contra o Casa Pia, contra toda a ansiedade que nos foi criando.”
Análise da Segunda Parte
Questionado sobre a segunda parte do jogo, Seabra optou por ser cauteloso: “Apesar de termos um volume de jogo muito alto e de conseguirmos empurrar o Casa Pia para trás, acabamos por não fazer um jogo altamente fluido que nos permitisse aquilo que nós queríamos.”
O treinador mostrou-se insatisfeito com o desempenho, apesar de reconhecer o esforço da equipa.
João Pereira, treinador do Casa Pia, por sua vez, comentou sobre a abordagem da sua equipa: “Tínhamos uma intenção clara de condicionar o jogo do Arouca e acho que o conseguimos fazer.”
Ele considerou o resultado justo, especialmente na primeira parte, onde acreditava que a sua equipa poderia ter feito mais: “Não podemos pensar que no futebol ganha quem tiver mais posse de bola. Quero que a minha equipa tenha mais bola, mas para além disso, quero ganhar e, se possível, com a baliza a zeros.”
O Impacto da Frustração
Pereira elogiou o desempenho do seu jogador David Sousa, que foi considerado “o homem do jogo”
, e fez uma afirmação contundente: “Todos os treinadores precisam de tempo, não sou um caso isolado.”
Ele sublinhou a importância do tempo para o desenvolvimento de uma equipa, lembrando que “no ano passado, apenas quatro fizeram a época completa e todos fizeram um excelente campeonato.”
Seabra, por sua vez, não hesitou em falar sobre as suas decisões durante o jogo: “Ao intervalo tirei o Taichi Fukui e o Pablo. Não tem a ver com responsáveis, a equipa no geral não estava bem, eles acabaram por ser os sacrificados.”
Essa alteração procurou melhorar a dinâmica da equipa, buscando “mexer com a individualidade do Lee Hyun-jin em termos de duelo ofensivo.”
A Esperança para o Futuro
A frustração pela derrota foi evidente em Seabra, que assumiu a responsabilidade: “Foi um jogo mau nosso, que nos faz sofrer até ao dia de hoje, mas sabemos a qualidade do plantel e do trabalho que estamos a desenvolver.”
Apesar do resultado negativo, o treinador Arouquense manteve a esperança na capacidade da sua equipa para voltar a apresentar um bom desempenho nos próximos desafios, destacando que “hoje foi um dia que nós temos que nos lembrar muitas vezes, para percebermos que o campeonato está a começar.”
Em suma, tanto Seabra como Pereira enfatizaram a importância da aprendizagem a partir das derrotas, sublinhando a necessidade de tempo e esforço contínuo para alcançar a excelência no futebol. O equilíbrio entre a arrogância da vitória e a humildade da derrota pode ser o segredo para o sucesso a longo prazo no desporto.