No empate sem golos entre Arouca e Casa Pia, Vasco Seabra, treinador do Arouca, manifestou a sua frustração face à falta de ambição competitiva demonstrada pelas equipas, especialmente em encontros que deveriam ter mais ritmo. Seabra afirmou: “Custa-me que nos andemos todos a queixar de arbitragens, relvados, de tudo, e que depois isto aconteça [anti-jogo do Casa Pia]. Eu percebo que toda a gente tenha objetivos internos. Eu também queria chegar aos 42 pontos e já não posso, só consigo ir aos 40, no máximo. Mas temos de valorizar o nosso jogo e o futebol português. Temos reuniões de treinadores com a Liga, falamos que o tempo de jogo tem de ser aumentado, discutimos todos, mas depois um jogo de 101 minutos tem 49 de tempo útil. E eram duas equipas que até já tinham atingido o maior objetivo da época [manutenção]. Para trazermos mais gente ao estádio, todas as equipas têm de querer jogar e custa-me a aceitar.
O descontentamento de Seabra surgiu após um jogo caracterizado pela escassez de oportunidades e intensidade, refletindo uma tranquilidade excessiva e a falta de competitividade das equipas. O Arouca começou organizadamente e pressionante, mas o ritmo abrandou rapidamente. O capitão do Casa Pia, José Fonte, foi expulso na primeira parte, o que deveria ter dado vantagem ao Arouca, mas a equipa não conseguiu capitalizar sobre essa situação. Segundo Seabra, mesmo em superioridade numérica, o Arouca teve enormes dificuldades em acelerar o jogo, o que contraria as expectativas sobre uma equipa em busca de um resultado positivo.
A Frustração de Vasco Seabra
Seabra também comentou a dificuldade sentida ao longo da partida: “Tivemos três grandes oportunidades na primeira parte, na segunda tornou-se mais difícil. Sempre que tirávamos um cruzamento, algum jogador do Casa Pia atirava-se para o chão e perdia 30 segundos. Isto que sirva de aprendizagem para nós, de forma a termos mais equilíbrio emocional e forçar mais a criação de oportunidades de golo. Se tivéssemos marcado, o Casa Pia não teria jogado desta forma.”
Para o treinador, a falta de ambição e a gestão do tempo por parte do Casa Pia prejudicaram o espetáculo. Isto resulta não apenas numa frustração pessoal, mas também num desânimo mais amplo sobre a imagem que o futebol português está a transmitir.
Olhar para o Futuro
Seabra concluiu ressaltando a necessidade de olhar para o futuro de forma construtiva: “Agora temos de olhar para o jogo com o Gil Vicente com a ambição de chegarmos aos 37 pontos.” Esta ambição é crucial não apenas para a equipa, mas para o crescimento do futebol em Portugal como um todo.
O empate, que não serviu as aspirações de nenhum dos lados, culminou numa análise crítica das atitudes e abordagens que as equipas devem ter nos seus jogos, especialmente em situações onde não existem riscos a serem assumidos. O desejo de mais do que o mínimo é uma mensagem importante que Seabra deixou após a partida, enfatizando que o espetáculo e a competitividade devem ir além das pontuações asseguradas.