A Assembleia Geral para a destituição da direção do Marítimo, solicitada por um grupo de associados insatisfeitos com a gestão do clube, foi cancelada na passada quinta-feira devido à ausência do número mínimo de subscritores. “A AG foi requerida por 65 sócios. Segundo os estatutos, era obrigatório que dois terços dos requerentes estivessem presentes para a AG ter início. Dos 43 obrigatórios, só estavam 37, daí que a AG não tenha começado”, afirmou José Lino Tranquada Gomes, presidente da Mesa da AG, ainda dentro do pavilhão do Marítimo, em Santo António.
Tranquada Gomes observou que, apesar da sala estar bem composta, o que demonstra a vitalidade do Marítimo, ele esperava que os requerentes apresentassem uma solução. “Quando entrei, vi que a sala estava bem composta, o que significa que os maritimistas estão presentes quando o clube passa por dificuldades, mas esperava uma AG participada, em que os requerentes apresentassem uma solução”, disse. Contudo, a falta de compromisso dos signatários gerou consequências: “existirão consequências para os signatários deste movimento, que ficarão inibidos de requerer este tipo de assembleias por um prazo de seis anos”.
Reacção à situação
Carlos André Gomes, presidente do Marítimo, não hesitou em reagir ao cancelamento, descrevendo a situação como uma demonstração de união entre os sócios. “Esta presença em grande número prova que o Marítimo tem vitalidade e, acima de tudo, que os sócios têm interesse pela vida do clube. É importante que este seja o momento dos sócios se unirem em torno do clube, acabar com esta divisão interna”, afirmou. Para ele, a convocação da assembleia para destituição foi leviana, e fez questão de ressaltar que “não se pode, de forma tão leviana, convocar uma assembleia para destituir a direção e, posteriormente, nem aparecer”.
Gomes lamentou a falta de comparecimento e considerou-a uma ofensa à instituição: “É uma falta de respeito para a instituição e para todos os maritimistas. A minha direção sai com a legitimidade para continuar o seu trabalho para o qual foi eleito.” A situação revelada durante a Assembleia Geral e as declarações dos intervenientes colocam em evidência as divisões internas que o Marítimo enfrenta, assim como a determinação da atual direção em manter-se firme.
Consequências e futuro do clube
A ausência significativa de sócios não só impediu a realização da assembleia, mas consequentemente levou a uma reflexão sobre o compromisso dos associados com a gestão do Marítimo. A decisão de inibir os signatários de requerer novas assembleias por um período de seis anos é uma medida que pretende garantir a responsabilidade no uso deste tipo de mecanismos.
Este episódio evidencia um desafio maior para a direção do Marítimo, que agora se vê perante a necessidade de unir os sócios e fortalecer a confiança na sua gestão. As divisões internas, que se tornaram evidentes, requerem uma abordagem cuidadosa para evitar maiores conflitos e promover um ambiente de cooperação.
A vitalidade do Marítimo
Apesar do episódio da Assembleia Geral, a presença considerável de sócios demonstra que o Marítimo continua a ter uma base sólida de apoio. Os adeptos do clube mostraram que estão dispostos a se fazer ouvir e a apoiar a instituição, mesmo em tempos difíceis.
O desafio agora é canalizar essa energia e vitalidade para um futuro mais coeso e produtivo, onde todos os sócios se sintam incluídos nas decisões e no progresso do clube. A direção, com a legitimidade dada pelos sócios presentes, terá o intuito de trabalhar para fortalecer os laços comunitários e garantir que o Marítimo continue a ser uma fonte de orgulho para todos os maritimistas.