Uma transferência milionária
O avançado Rafa Mujica, de 25 anos, deixou o Arouca e rumou ao Al Sadd, do Catar, por 10 milhões de euros. O negócio ainda prevê um encaixe adicional de 2,5 milhões de euros caso o jogador atinja determinadas metas desportivas no clube árabe.
Mujica fez história no Arouca, onde se destacou com 37 golos em 68 jogos, tornando-se no jogador mais proeminente da história do clube da Serra da Freita. A venda do espanhol aos cátaris representa o negócio mais lucrativo de sempre para o emblema arouquense.
Agradecido ao Arouca
Em declarações ao jornal O JOGO, Rafa Mujica não escondeu a gratidão que sente pelo Arouca: «A importância do Arouca e de Portugal é toda! Foi o clube que me deu mais confiança desde o princípio. Pude demonstrar o que podia fazer e valer. Foi onde estive melhor, onde mais desfrutei, só posso estar agradecido.»
O avançado realçou ainda o papel decisivo do Arouca no relançamento da sua carreira: «Ajudaram-me imenso, confiaram, apostaram em mim no meu pior momento como futebolista, vinha de anos sem jogar e sem me afirmar. Meteram-me a jogar na liga portuguesa e estou orgulhoso por ter sido a venda mais cara do clube.»
Oportunidade irrecusável
Apesar do carinho que nutre pelo Arouca, Mujica não hesitou em aceitar a proposta do Al Sadd: «No futebol nunca se sabe o que se vai passar, um futebolista tem de estar disposto a tudo, a mudanças contínuas. Já mudei algumas vezes, nunca fechei portas nada. Foi uma grande temporada e deu-se a chance de ir para o Catar. Oportunidades destas dão-se poucas vezes e foi fácil dizer que sim.»
O jogador justifica a decisão com base na curta duração da carreira de um futebolista: «O futebol é curto, pensei em mim e na minha família e foi a melhor decisão.»
Objetivos no Al Sadd
No novo clube, Mujica tem ambições elevadas: «O Al Sadd tem de ganhar todas as provas que joga, é o maior clube do Catar, um dos maiores da Ásia. Sabemos da concorrência no continente, do nível elevado em muitos países, dos vários rivais da Arábia Saudita que vão aparecer na Liga dos Campeões. Mas são 11 contra 11 e qualquer um pode ganhar. Nós estamos motivados a ter um grande papel.»
Hierarquia de marcadores
Apesar de ter terminado a época 2022/23 como o terceiro melhor marcador da I Liga portuguesa, com 20 golos, Mujica garante que não teve margem para sonhar com o título de melhor goleador.
«É indesmentível que qualquer avançado aspira ser o melhor marcador, mas é muito difícil fazê-lo numa equipa como o Arouca. Não é o mesmo que num Sporting, que fabrica muitas mais oportunidades. Nós éramos uma equipa humilde, o salário mensal de dois jogadores do Sporting corresponderia ao que ganha o nosso plantel inteiro num ano», avaliou o jogador, rendendo elogios ao sueco Gyokeres, que terminou a época como o melhor marcador.