O jogo entre o Benfica e o Arouca, no último dia 12 de maio, no Estádio da Luz, marcou o fim de uma era. Ángel Di María, o talentoso extremo argentino, vestiu pela última vez a camisola das águias e saiu de Lisboa com uma vitória por 5-0, na qual apontou um golo de penálti.
Após seis meses no clube, Di María tomou a decisão de regressar à Argentina, para jogar seis meses no Rosario Central, o clube do seu coração onde iniciou a carreira. Esta mudança representa um passo importante na sua vida, tanto a nível pessoal como profissional.
Garantias de segurança para o regresso a Rosário
De acordo com informações recolhidas pelo jornal A BOLA, o campeão do mundo exigiu várias garantias de segurança para aceitar o convite do Rosario Central. Estas questões foram discutidas entre o clube argentino e as autoridades policiais do país, especialmente em relação ao controlo do centro de treinos da equipa.
Apesar disso, Di María decidiu que vai permanecer sozinho na Argentina nos próximos seis meses, enquanto a sua esposa e filhas vão mudar-se de Lisboa para Miami, nos Estados Unidos.
O objetivo de jogar a Taça dos Libertadores
Este regresso a Rosário não será o fim da carreira de Di María. O plano é que, a partir de janeiro de 2025, o jogador possa integrar o plantel do Inter Miami, clube norte-americano onde atua Lionel Messi e que em 2023/2024 não pôde contratar o extremo argentino devido ao teto salarial imposto.
Di María espera poder jogar uma Taça dos Libertadores pelo Rosario Central, algo que «era um sonho» seu, como o próprio confirmou em várias entrevistas. No entanto, a equipa argentina está a ter dificuldades na fase de grupos da competição e corre o risco de cair para a Taça Sul-Americana (a equivalente à Liga Europa).
As ameaças à família e a decisão de regressar
A decisão de Di María regressar a Rosário não foi linear. Em março, o jogador recebeu ameaças de grupos ligados ao narcotráfico, que visavam a sua família, incluindo as suas filhas. Mesmo após a detenção dos responsáveis, Di María informou o Rosario Central de que não voltaria naquela altura.
Ao longo do tempo, no entanto, o apelo do coração e a promessa feita ao pai de representar novamente as cores do clube onde começou a carreira, fizeram-no repensar a situação e procurar uma solução alternativa: um contrato mais curto, de apenas seis meses, mas suficiente para marcar a sua passagem.
O regresso dos «filhos pródigos»
O Rosario Central está a preparar-se para receber, de uma só vez, três antigos jogadores formados no clube: o avançado Marco Ruben, de 37 anos, o próprio Ángel Di María (cuja camisola 11 já está reservada) e o ex-jogador do Benfica, Franco Cervi, atualmente com 29 anos e que poderá sair do Celta de Vigo, em Espanha.
Esta vontade de reunir estes «filhos pródigos» demonstra a importância que estes jogadores têm para o Rosario Central e a sua adeptorada.
O encontro com Rui Costa
Apesar de todos os indícios apontarem para a saída de Ángel Di María do Benfica, o futuro do jogador ainda não está formalmente definido. Na próxima semana, os representantes do argentino vão reunir-se com Rui Costa, presidente do clube, para discutir o assunto.
«Para a semana teremos uma reunião com o agente de Di María e veremos. Não consigo dizer hoje se ele fica ou não. Quero que ele fique, mas para a semana logo veremos», afirmou Rui Costa, deixando em aberto a possibilidade de uma permanência do campeão do mundo no Benfica.
Jorgelina Cardoso abre caminho para a despedida
Entretanto, a esposa de Ángel Di María, Jorgelina Cardoso, publicou uma história no Instagram que parece indicar a iminente saída do jogador. Numa publicação em que aparecem os casais Di María e Otamendi de férias no Dubai, Cardoso escreveu: «Vamos sentir a vossa falta. Até à próxima.»
Estas palavras sugerem que o futuro de Ángel Di María já estará definido, com o jogador prestes a despedir-se do Benfica e do futebol europeu para regressar às origens no Rosario Central.
