Programa da SportTV+ detalha lances controversos
O programa Juízo Final da Sport TV+ analisou recentemente alguns dos lances e áudios que maior dificuldade de interpretação provocaram às equipas de arbitragem e respetivas equipas de VAR e AVAR durante a época futebolística.
Numa análise conduzida por João Ferreira, vice-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, foram destacados três momentos específicos que geraram incerteza quanto às decisões tomadas, bem como um comentário sobre o lance entre Francisco Conceição e Charles.
Penálti assinalado ao FC Porto
O primeiro lance em análise foi a grande penalidade assinalada ao FC Porto, por falta de Charles sobre Francisco Conceição, no jogo entre FC Porto e Vitória SC (3-1), a contar para a Taça de Portugal. Neste caso, o árbitro Artur Soares Dias validou prontamente a decisão do VAR, Fábio Melo, que recomendou a marcação da grande penalidade.
Segundo João Ferreira, «O lance é muito rápido e a interpretação no campo foi do que o guarda-redes joga a bola. O atacante do FC Porto, muito ágil, foi abalroado pelo guardião e é infração. É falta e sem cartão. Foi uma decisão correta e rápida.»
Golo anulado ao Farense
O segundo lance em análise foi o golo anulado ao Farense, por mão na bola de Bruno Duarte, no jogo Farense - Boavista (2-0). Neste caso, o árbitro Iancu Vasicilica acatou a recomendação do VAR, Hugo Miguel, para cancelar o golo devido à infração na fase de ataque.
Contudo, João Ferreira considerou que «Gostava de não ter visto intervenção do VAR e que o golo fosse validado. Não há nenhum gesto deliberado de jogar a bola com a mão, é sim um conjunto de ressaltos. A lei diz que só é infração se for o próprio jogador a fazer o golo imediatamente a seguir. É uma mão acidental.»
Golo anulado ao Arouca
O terceiro lance em análise foi o golo anulado ao Arouca, por mão na bola de Rafa Mujica, no jogo Arouca - Boavista (2-1). Neste caso, o árbitro Carlos Macedo aceitou a recomendação do VAR, Miguel Nogueira, para não invalidar o golo, uma vez que a mão na bola não foi do jogador que marcou o golo.
Segundo João Ferreira, «Quando é uma mão acidental, que é o caso, isto não constitui infração. Só seria infração se fosse ele [Mujica] a marcar. Golo é legal e a intervenção não é correta.»
Falta não assinalada no Arouca
Por fim, foi também analisado o lance de possível falta no segundo golo do Arouca em Barcelos, no jogo Gil Vicente - Arouca (2-2). Neste caso, o árbitro Gustavo Correia não aceitou a recomendação do VAR, Rui Costa, para rever o lance, uma vez que as imagens disponíveis não permitiam comprovar a infração.
João Ferreira comentou que «O protocolo fala nisto. Quando as imagens não provam o erro, o árbitro não deve mudar a decisão. As imagens estão muito longe e quando aplicamos a ferramenta de zoom distorce. Mas um jogador ao mandar o braço para trás e o defensor, para cair daquela forma, deve ter acontecido alguma coisa. Mas há dificuldade em provar. Parece haver infração e a intervenção do VAR foi ajustada.»