Paulo Jorge dos Santos Futre é um dos nomes mais consagrados do desporto português, tendo sido ídolo em diversos clubes e agora a brilhar na televisão. O ex-jogador, que teve a honra de representar o Benfica, o FC Porto e o Sporting, refletiu sobre a sua carreira numa entrevista exclusiva.
No seu modo de falar, Futre revela a luta interna que viveu devido à pressão familiar e ao que significa ser um protagonista em três grandes equipas: ““Quando eu estava no FC Porto, a minha mãe chorava. Todos os dias partiam a porta e as janelas de casa. O meu pai era insultado, tal como o meu irmão e a minha mãe quando saíam à rua. Ela até me perguntou: 'O que fizeste à nossa família?'””
Desejo de mais títulos
Futre compartilha que deseja ter conquistado mais títulos durante a sua carreira: ““Faltaram três coisas. No Sporting, logo pela minha mãe e pelo meu pai, sempre tinha a espinha encravada por não ter feito nada de especial. Gostava de ter sido campeão nacional pelo Sporting. Faltou-me também ser campeão da Liga espanhola.””
O desejo de sucesso no Sporting reflete uma profunda conexão emocional com a sua família e o legado que desejava deixar no futebol português.
Memórias da Copa do Mundo de 1986
Um dos momentos mais difíceis na sua trajetória foi a participação na Copa do Mundo de 1986, marcada por questões administrativas e conflitos: ““É a página mais negra, mais horrível, mais humilhante. A maior vergonha que houve no nosso futebol nacional. Treinávamos em cuecas. Tudo começou com a guerra da publicidade. Era a primeira vez que havia publicidade nas camisolas, no estádio… A Federação queria a tarte toda.””
Essas memórias permanecem vivas na mente de Futre, refletindo os desafios que enfrentou enquanto representava a seleção nacional.
Transição para a televisão
A transição para o mundo da televisão surgiu um pouco por acaso, mas Futre encontrou ali uma nova paixão: ““Comecei a ser tão competitivo na televisão como quando jogava, a nível mental. Fui comentando coisas para ganhar nas audiências.””
A sua presença e envolvimento tornaram-se uma parte importante da identidade do entretenimento em Portugal.
Após uma longa trajetória no mundo do futebol, ele formalizou a sua entrada no mundo da televisão com um contrato de exclusividade na Al Jazeera, onde teve a oportunidade de transmitir grandes eventos, como o Mundial de 2010: ““Era e continua a ser um dos maiores canais do mundo.””
Reflexões sobre a Bola de Ouro
Ao olhar para a sua carreira de jogador, Futre expressa um sentimento de injustiça em relação à conquista da Bola de Ouro: ““Eu, a minha família e os meus amigos sabemos que a Bola de Ouro [1987] é minha. O [Ruud] Gullit podia ter ganho depois muitas vezes, mas aquela só podia ser minha.””
Ele recorda momentos marcantes da sua história com o Atlético de Madrid, onde se estabeleceu como uma lenda viva: ““Eu era canhoto como eles. Cabelo? Também naquela altura. O Messi começou com o cabelo grande e foi cortando aos poucos.””
Paulo Futre, aos 59 anos, continua a encantar o público não só pelo seu passado brilhante no futebol, mas também pelo carisma e presença que traz ao entretenimento. Cada aparição sua na televisão reafirma o legado que construiu ao longo da sua vida e carreira. A jornada de Futre entre o desporto e o entretenimento é prova de uma paixão que continua viva, e ele mesmo reflete sobre isso: ““Afinal, o que motiva alguém apaixonado pelo desporto 'abraçar' o ramo do entretenimento de forma tão diversificada?””