Nesta fase crítica, a reação de figuras influentes demonstra a suscetibilidade do clube a pressões externas e internas. Tito Arantes Fontes, ex-presidente do Grupo Stromp, utilizou a sua coluna no Jornal Sporting para criticar a postura do clube após a recente derrota na Taça de Portugal. Ele afirmou: ““O espectáculo montado pelo Benfica, sobretudo, depois da final da Taça, é, a todos os títulos, lamentável””
. Essa declaração reflete a frustração que muitos sentem em relação à gestão atual do clube. Arantes Fontes acusou o Benfica de criar uma “máquina de intoxicação”
para desvirtuar o que realmente aconteceu, o que revela um clima de tensão entre os rivais. Ele acrescentou: ““Uma máquina alicerçada em mentiras que – na velha táctica de repetir até parecer que é mesmo verdade – só demonstra que a azia das derrotas sofridas... e muito””
.
Com essa crítica na mente, é preciso entender quais os próximos passos. O apoio à candidatura de João Noronha Lopes surge numa situação em que os adeptos buscam novas direções. Francisco Benítez revelou que estará presente na apresentação de Lopes, destacando que este apoio é em nome individual, uma vez que o Movimento Servir o Benfica não irá endossar nenhuma candidatura nas próximas eleições. Este posicionamento mantém o grupo em uma linha neutra, o que pode ser estratégico numa fase de instabilidade.
Conflito e Gestão do Clube
Adicionalmente, o caso 'Saco Azul', que tem dominado as manchetes, trouxe à tona questões sobre a gestão financeira e a integridade do clube. Domingos Soares de Oliveira, antigo CEO do clube, depôs recentemente em tribunal e divulgou: ““Não me revejo no que reproduziu o senhor doutor juiz [sobre a acusação]. Não tive conhecimento de qualquer plano””
, uma afirmação que tenta afastar qualquer conexão entre ele e irregularidades. Ele ainda acrescentou: ““Faziam-se negócios sobre os quais achava que se estava a pagar demais””
.
A defesa de Soares de Oliveira, que trabalhou durante 19 anos junto de Luís Filipe Vieira, foi clara: ““O meu trabalho de 19 anos com LFV é que ele meteu muito dinheiro no Benfica... Era surpreendente a sua capacidade negocial””
. Este testemunho busca redimensionar a reputação de Vieira, enquanto a pressão sobre a gestão do clube aumenta.
Narrativas em Conflito
Estas conjunturas revelam diferentes narrativas em jogo, desde críticas à gestão atual até tentativas de resgatar a credibilidade do clube. Num momento onde a rivalidade se acirra, como proclamado por Arantes Fontes, a palavra final ainda está por vir. O futuro do clube poderá depender das escolhas que a sua direcção fará nas próximas semanas, num ambiente carregado de expectativa e incerteza.
Para encerrar em alta, Soares de Oliveira destacou: ““Nunca vi sacos nem dinheiro vivo, para nenhum fim””
, uma frase que tenta redefinir seu papel e o de outros em meio ao escândalo. À medida que os adeptos observam, a necessidade de um novo rumo no clube torna-se cada vez mais evidente.