Ricardo Pereira: A Paixão pelo Futebol e o Desafio de Formar Guarda-Redes

  1. Ricardo Pereira treina guarda-redes no Al-Ain
  2. Abandonou carreira de educador aos 37 anos
  3. Passou por sete países na sua carreira
  4. Defensores modernos devem interpretar o jogo

Ricardo Pereira, treinador de guarda-redes atualmente ao serviço do Al-Ain, nos Emirados Árabes Unidos, narra uma trajetória marcada pela coragem e pela paixão pelo futebol. Abandonou uma carreira estável como educador de infância para se dedicar ao jogo, uma decisão que tomou após um momento significativo na sua vida. “Despedi-me dois dias depois do nascimento da minha filha. Tinha estabilidade, mas percebi que não conseguia viver longe do jogo”, recorda ele, refletindo sobre a importância que o futebol assume na sua vida.

A sua jornada no desporto começou com um “amor inexplicável pela baliza”, impulsionando-o a mudar radicalmente de vida aos 37 anos. Ele trocou a segurança do mundo académico por um estágio não remunerado no Benfica, dando os primeiros passos numa carreira que o levaria por sete países diferentes. “Durante os cursos no Algarve, cheguei a dormir em tendas. Noutros momentos, metia a mochila às costas e ia estagiar para o estrangeiro”, revela, evidenciando a sua resiliência e a formação sólida que recebeu dos pais, que eram peixeiros.

Percurso Internacional

O desenvolvimento da sua carreira levou-o a clubes de prestígio como Légia Varsóvia, Nottingham Forest, Standard Liège e Valladolid. Durante este percurso, Ricardo destaca a importância da adaptação cultural, afirmando: “Cada país tem os seus códigos, mas o foco é sempre o ser humano. Tentei respeitar as raízes culturais de cada lugar, adaptar o treino e criar relações de confiança”. Esta abordagem permitiu que ele construísse colaborações valiosas com vários treinadores, incluindo Ricardo Sá Pinto, com quem aprendeu lições fundamentais.

“Com ele aprendi o que é viver o jogo com intensidade total, exigência máxima e um compromisso absoluto com a organização, estratégia e a paixão. Foi o primeiro a acreditar em mim”, acrescenta Ricardo, sublinhando a importância das relações no seu percurso profissional.

O Papel Moderno do Guarda-Redes

A concepção moderna do papel do guarda-redes é algo que Ricardo considera fundamental no seu trabalho. Ele menciona: “Hoje, defender não chega. É preciso decidir, interpretar, antecipar. O guarda-redes moderno é mais inteligente e mais corajoso. Passámos de treinar apenas voos e quedas para criar contextos que exigem leitura e tomada de decisão”. Essa evolução no treino é ainda mais relevante no contexto do futebol contemporâneo, onde a preparação mental é igual à física.

Ricardo acredita que atualizar as práticas de treino é essencial para o sucesso da posição de guarda-redes. “A mentalidade de um guarda-redes moderno deve ser a de um jogador completo, que participa activamente na construção e defesa do jogo”, completa.

O Futuro do Futebol Português

Em relação ao futuro do futebol português, ele exprime preocupações e esperanças. Destaca que a seleção nacional está bem servida em termos de guarda-redes, citando nomes como Diogo Costa, Rui Silva e José Sá. Contudo, alerta para um problema estrutural: “Há qualidade nas camadas jovens, mas falta dar minutos. É urgente que jogadores como Francisco Silva, Diego Callai ou Samuel Soares tenham experiências competitivas reais”. Esta afirmação evidencia a necessidade de um compromisso mais profundo para desenvolver o potencial jovem.

Ricardo vê uma oportunidade de melhorar a formação de guarda-redes, sublinhando que há talento a ser cultivado em Portugal, mas que é necessário criar condições para os jovens jogadores evoluírem.

Desejos de Regresso a Portugal

Apesar de estar afastado da sua terra natal há vários anos, Ricardo nutre o desejo de regressar, mas com um projeto bem definido que lhe permita continuar a potenciar jovens talentos. “Voltar? Sim, com um projeto que me permita potenciar os guarda-redes da equipa principal e preparar os que vêm a seguir. E gostava muito de ajudar os treinadores da formação a terem percursos com progressão. No fundo, trazer para Portugal o que tenho feito lá fora”, afirma.

Essa ligação ao seu país natal persiste, mesmo através dos sacrifícios pessoais que a sua carreira internacional trouxe. Ricardo acredita que pode fazer a diferença na formação de novos talentos em Portugal.

Equilíbrio entre Vida Familiar e Profissional

Por fim, a dedicação de Ricardo ao futebol é claramente equilibrada com o valor da sua vida familiar. Ele afirma: “Nunca estivemos realmente separados. A minha família está presente em tudo. Se conquistei títulos, o meu maior troféu é o amor que resiste à distância. Isso vale mais do que qualquer vitória”. Este sentimento encapsula a essência do seu compromisso não só com o futebol, mas com as suas raízes e a sua família.

A forma como ele valoriza a família demonstra que, para Ricardo, o sucesso vai muito além das conquistas no campo, refletindo a importância dos laços familiares na sua vida.

Jovem talento português rumo à Polónia

  1. Henrique Arreiol, médio de 20 anos, deixa o Sporting para jogar no Legia Varsóvia
  2. Assinou contrato de 4 anos válido até 2029
  3. Chegou ao Sporting aos 12 anos vindo da Madeira
  4. Passou 8 anos no clube de Alvalade

AFS e Casa Pia procuram primeiros pontos na Liga Betclic

  1. AFS e Casa Pia defrontam-se na sexta-feira em jogo da Liga Betclic.
  2. Rafael Barbosa: “Temos de ser mais agressivos neste jogo. Queremos os três pontos”.
  3. João Pereira admitiu que a equipa não esteve “ao nível esperado” frente ao Sporting.
  4. Nenê poderá ganhar um lugar no onze inicial do AFS.

João Amaral troca Rio Ave pelo Barcelona

  1. João Amaral deixa o cargo de Diretor Técnico do Rio Ave.
  2. Amaral vai ser responsável pelo scouting do Barcelona.
  3. A saída de Amaral levanta questões sobre o futuro do Rio Ave.
  4. Amaral ocupava o cargo desde junho de 2024.