Rui Borges, treinador do Sporting, expressou grande gratidão e emoção após a conquista do bicampeonato. Com uma atitude otimista, começou por agradecer aos seus jogadores e adeptos, destacando a importância do apoio de todos durante a época. Ele salientou: “É especial por tudo o que os rapazes foram capazes de fazer ao longo do tempo. De fazer e de acreditar. E um agradecimento infinito ao que os adeptos fizeram desde o nosso primeiro dia. Foi muito importante, não só o treinador e a equipa técnica fazerem acreditar o grupo de que eram campeões e que são únicos e incríveis, como os adeptos também. Isso tornou-nos quase invencíveis.”

Borges lembrou, com um toque de humor, um momento específico durante o jogo decisivo, revelando que ouviu alguém na bancada pedir para substituir o jogador Pote: “Cinco minutos antes do golo, ouvi alguém dizer na bancada: ‘Tira o Pote!’. Azar do caraças, que ele fez o golo. O Pote é isto, é diferenciado. Eu disse-lhe que ele ia resolver o jogo e que hoje era o jogo dele. Disse que ele ia ser importante no campeonato e foi.”

A pressão e a comunicação

O treinador também refletiu sobre o seu método de comunicação e a pressão que recaiu sobre os jogadores nas semanas que antecederam o final da época. Agradecendo a atenção que foi desviada para ele, afirmou: “Sou mau comunicador em alguns momentos, faz parte. Mas foi muito importante tirarem o foco dos jogadores nestes 15 dias. Focaram-se muito no treinador, e bem, e eles foram confiantes para o jogo da Luz. Hoje a ansiedade era diferente…”

Num discurso tocante, Borges expressou a sua conexão pessoal com a vitória e pensou na sua família, especialmente no seu avô, quando o árbitro apitou para o fim do jogo. Ele confessou: “Pensei no meu avô. Tenho o meu avô tatuado no braço. Todos os meus avós já faleceram e acredito que eles lá em cima estão felizes, onde estiverem, e orgulhosos do neto. Mas o meu avô Zé Pedro é muito especial para mim e acredito que está muito feliz pelo neto.”

O papel de Viktor Gyökeres

Borges também comentou sobre a presença do avançado sueco Viktor Gyökeres, afirmando: “Claramente que vai ser um dos maiores da história do Sporting e do campeonato português. Já o dizia antes de ser treinador do Sporting. Vai ficar marcado na história do nosso futebol. Deu muito ao Sporting, tem dado muito à equipa e a equipa dá-lhe muito.”

Ele não hesitou em elogiar Gyökeres como um dos melhores da atualidade ao referir: “Acredito que é o melhor avançado da Europa, talvez do Mundo, e fico a torcer para que ele consiga ganhar a Bota de Ouro. Merece-o por tudo o que tem dado à equipa e ao grupo, pelo que trabalha diariamente e por todo o contributo que deu mesmo em momentos de dificuldades físicas.”

O futuro da equipa

À medida que o treinador olhava para o futuro, afirmou a resiliência da equipa, dizendo: “Os jogadores passam, os treinadores passam e há sempre formas diferentes de ganhar. Se o Viktor sair, a equipa vai adaptar-se. Vamos arranjar outra solução e vamos ganhar de outra forma. Mas vamos ganhar na mesma.”

Borges não esqueceu de dar destaque aos outros membros da equipa, reconhecendo a importância de todos: “Houve jogadores muito importantes. O Esgaio não jogou muito, mas foi importantíssimo nesta caminhada por tudo o que diariamente à equipa e pelo que obriga os colegas a darem diariamente.”

A mensagem final

A sua mensagem final destacou a importância do grupo, reafirmando que a verdadeira vitória vai além dos troféus. Ele concluiu: “O maior troféu que posso ter é o orgulho dos meus e das pessoas que gostam de mim. Mais do que qualquer troféu ou dinheiro.”