O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) justificou a sua decisão de condenar o Sporting a pagar uma indemnização de 3 milhões de euros a Sinisa Mihajlovic com base na «inconsistência» dos dois depoimentos escritos prestados por Augusto Inácio no âmbito deste processo.
O antigo dirigente leonino rejeitou as declarações do presidente do Sporting, Frederico Varandas, que o responsabilizou por esta condenação do clube, afirmando que «não se compreende como poderá, o mesmo [o seu testemunho], haver sido, assim, pesado na decisão tomada pelo juiz do processo».
Contradições nos testemunhos de Inácio
Segundo a decisão do tribunal suíço, as declarações de Inácio revelaram-se contraditórias, nomeadamente no que diz respeito à preparação da pré-época da equipa quando Mihajlovic chegou ao Sporting. Numa primeira versão, Inácio afirmou que o treinador sérvio decidiu cancelar dois jogos da pré-época, mas, num segundo depoimento, referiu que apenas um dos adjuntos de Mihajlovic fez sugestões de alterações ao plano de trabalhos, que nem sequer foram consideradas.
Devido a esta falta de coerência entre os dois testemunhos de Inácio, o painel de juízes do TAS considerou que a sua credibilidade ficou comprometida, não tendo, por isso, tomado em conta as suas declarações na decisão final do processo.
Inácio nega ter prestado dois depoimentos
Em comunicado, Augusto Inácio rejeitou a versão apresentada por Frederico Varandas, afirmando que «apenas prestou um depoimento, em julho de 2018, através de um documento elaborado pela Sporting SAD, e que, posteriormente, em agosto desse ano, respondeu a um conjunto de perguntas enviadas pelo advogado de Mihajlovic, negando ter prestado qualquer outro depoimento em dezembro de 2018, como afirmou Varandas».
Porém, o Maisfutebol teve acesso aos dois depoimentos escritos de Inácio, que confirmam que o antigo dirigente do Sporting prestou efetivamente dois testemunhos no processo, corroborando assim a versão apresentada pelo TAS na sua decisão.