O Sporting tem enfrentado dificuldades em manter o nível de jogo na segunda parte dos jogos, chegando mesmo a perder pontos importantes após estar a vencer ao intervalo. Para analisar esta situação, A BOLA conversou com Luís Martins, antigo treinador da formação dos leões.
Formação compromissada pela mudança constante
Segundo Martins, a constante mudança de liderança e metodologia de treino no Sporting «não ajudou, principalmente quando a primeira era bem consolidada, consistente e constante». Além disso, o clube tem enfrentado uma «fase má» em relação a lesões, o que tem sobrecarregado o plantel.
Neste contexto, Martins acredita que a oportunidade para lançar jovens jogadores consolidados da formação se torna mais difícil, pois «agora são eles que têm que guardar o convento» e assumir a responsabilidade de manter o alto nível de desempenho.
Soluções para otimizar a recuperação dos jogadores
O antigo treinador realça que, apesar de alguns fatores serem menos controláveis, como o calendário competitivo, existem soluções possíveis. Ele sugere que o Sporting pode «abordar essa situação da densidade competitiva tendo mais capacidade no plantel em termos de profundidade» e cuidar da «metodologia do treino, que prevê que haja forte incidência, quando há estes casos, na recuperação e regeneração dos jogadores».
Quanto às declarações recentes de Rui Borges sobre os jovens, Martins considera que «Agora torna-se também mais difícil serem eles quem têm a responsabilidade de assumir a performance mais alta». Ele acredita que a «mentalidade ganhadora na formação» do Sporting também não é uma constante no momento, o que dificulta a transição destes jogadores para a equipa principal.
Por fim, Martins aconselha Rui Borges a «deixar de falar no 'é o que é' e 'o futebol é assim'», pois isso demonstra que o treinador está «ao sabor das circunstâncias» e deve ser capaz de «liderar as circunstâncias e a provocar as circunstâncias, nomeadamente as positivas e a saber resolver as negativas».