A caminhada europeia do Sporting chegou ao fim com a derrota por 0-3 em casa frente ao Borussia Dortmund. O treinador Rui Borges admitiu que não faria "milagres, nem magia" para conseguir a qualificação para os oitavos de final da UEFA Champions League. No entanto, o técnico parece ser o verdadeiro "médico" e "psicólogo" da equipa.
Borges herdou uma equipa no 2º lugar do campeonato, a três dias de discutir a liderança da Liga com o Benfica. Apesar de ter conseguido subir ao primeiro lugar e manter essa posição, com uma vantagem de quatro pontos para o eterno rival, a tarefa tem sido hercúlea.
Enfrentar baixas e adversidades
Um exemplo disso é o jogo com o Dortmund, no qual o Sporting apresentou-se de início sem sete titulares, devido a lesões e castigos. «Poderia ter alcançado um resultado diferente? Obviamente que sim, mas, convenhamos, não era fácil travar o Dortmund, só o atual vice-campeão europeu», admitiu Rui Borges.
Desde a sua chegada a Alvalade, a 26 de dezembro, Borges realizou 11 jogos, somando cinco vitórias, quatro empates e duas derrotas. O calendário foi bem complicado, com dois jogos com o Benfica, dois com o FC Porto, três na Champions e mais quatro para o campeonato. Apesar disso, o saldo é considerado positivo, tendo em conta a herança que recebeu: uma equipa não só órfã de Ruben Amorim, mas também traumatizada com a série de maus resultados sob a liderança de João Pereira.
Gerir lesões e encontrar soluções
As lesões têm sido um problema constante para o Sporting, com quatro ou cinco ausências a cada jogo. Agora, para a receção ao Arouca, também há que subtrair os castigados Diomande e Matheus Reis, expulsos no Dragão. Rui Borges tem sido coerente, sublinhando que não está no clube para se desculpar, mas para encontrar soluções. E tem-nas conseguido, mudando o sistema, confiando em jogadores como João Simões e adaptando Debast ao meio-campo.
Recuperar a confiança da equipa
Além de "médico", Rui Borges tem sido também um autêntico "psicólogo", recuperando a confiança de uma equipa então em crise. O treinador tem-se exposto muito, enfrentando os jornalistas nos casos das lesões e assumindo a gestão do esforço dos jogadores. Uma exposição que, do ponto de vista do autor, deveria ser mais protegida pela Administração do Sporting, que continua a optar pela discrição.