Eliminação europeia ditada por lesões
Depois da pesada derrota por 0-3 em casa com o Borussia Dortmund, que ditou o fim da caminhada europeia do Sporting na Liga dos Campeões, o treinador Rui Borges admitiu que não faria «milagres, nem magia» para reverter a eliminação. No entanto, o técnico tem-se revelado muito mais do que um simples treinador, assumindo um papel fundamental como verdadeiro «médico» da equipa.
Rui Borges foi apresentado no Sporting a 26 de dezembro, com a equipa no 2.º lugar do campeonato. Desde então, o técnico tem conseguido manter a equipa na liderança, com uma vantagem de 4 pontos sobre o Benfica e 8 sobre o FC Porto. Num calendário extremamente exigente, com jogos decisivos no campeonato, Taça da Liga e Liga dos Campeões, Borges tem tido de lidar com uma série de baixas importantes.
Gestão de lesões e esforço dos jogadores
Antes do jogo com o Dortmund, o Sporting apresentou-se sem sete titulares, devido a lesões e castigos. «Não utilizava Gyokeres e Morita e depois os outros jogavam 90 minutos?», questionou Borges, evidenciando a dificuldade em gerir o esforço dos jogadores disponíveis.
Além de ter de explicar constantemente as lesões aos jornalistas, Borges tem também desempenhado um papel fundamental na recuperação da confiança da equipa, que chegou a Alvalade num momento delicado, após a saída de Rúben Amorim e uma série de maus resultados sob a liderança de João Pereira.
Protecção da administração
«Rui Borges tem sido o verdadeiro médico do Sporting, já que é só ele quem enfrenta os jornalistas nos casos das lesões, como também tem de assumir a gestão do esforço dos jogadores», refere o texto. Apesar das dificuldades, o técnico tem conseguido manter a equipa competitiva a nível nacional, longe do nível exibido na era Amorim, mas com resultados positivos.
Borges tem sido elogiado pela forma como tem gerido a equipa, com mudanças no sistema de jogo, confiança em jogadores como João Simões e a reintegração de Fresneda. No entanto, o treinador tem sido muito exposto publicamente, algo que não é habitual na gestão do Sporting, que continua a optar pela discrição. Neste sentido, o texto sugere que Borges deveria ser mais protegido pela administração do clube, que não tem esclarecido as lesões nem comentado arbitragens, deixando o técnico a lidar sozinho com esses temas.