Um treinador perdido

Pep Guardiola parece cada vez mais perdido no comando do Manchester City. Após a derrota da sua equipa contra o Real Madrid na Liga dos Campeões, na qual cometeram dois erros monumentais nos últimos minutos, o treinador espanhol manteve uma postura estoica, resignando-se perante mais um cenário frustrante. "Isto já nos aconteceu muitas vezes, não encontrámos a solução. Caímos quando estávamos a vencer por 2-1 e isso penalizou-nos muito", lamentou Guardiola na conferência de imprensa. O catalão, que raramente critica os seus jogadores, voltou a assumir sozinho a responsabilidade pela derrota, afirmando que "não tem nada a reprovar à [sua] equipa". No entanto, poderia ter apontado os erros individuais que custaram caro, como a saída infantil de Ederson que permitiu o empate do Real Madrid ou a fragilidade defensiva de Rico Lewis no duelo com Vinícius.

Uma defesa instável

Estes não foram casos isolados. Ao longo da temporada, o Manchester City tem sofrido com uma série de erros defensivos que têm custado pontos preciosos. Contra o Arsenal, por exemplo, dois dos cinco golos sofridos resultaram de falhas gritantes da equipa de Guardiola. A instabilidade defensiva tem forçado o treinador a adotar um estilo de jogo mais passivo, sacrificando a posse de bola, mas mesmo assim os jogadores têm demonstrado falta de capacidade para criar oportunidades no ataque. Contra o Real Madrid, o Manchester City permitiu 20 remates à baliza, o maior número que já concedeu a uma equipa no Etihad desde a chegada de Guardiola. Os merengues tiveram 3,42 xG (golos esperados), enquanto a equipa do técnico catalão marcou duas vezes com apenas 1,6 xG. O jogo poderia ter terminado com uma derrota muito mais pesada para os ingleses, que sofreram 17 golos em apenas 9 jogos da Liga dos Campeões esta temporada.

Um futuro incerto

Além disso, o Manchester City já perdeu cinco jogos nos quais esteve em vantagem, tantas derrotas por reviravolta como nas três temporadas anteriores combinadas. Guardiola pode ainda ficar sem dois jogadores-chave, Grealish e Akanji, para a segunda mão contra o Real Madrid. Há uma sensação de que os jogadores já não apoiam Guardiola ou não têm a mentalidade necessária para reverter o declínio da equipa. O treinador renovou recentemente contrato até 2027, mas já admitiu que talvez seja demitido a qualquer momento. Sem dúvida, Guardiola merece sair quando ele quiser, mas a imagem recente do Manchester City mostra que as coisas não são assim tão simples.