Amorim deixa o Sporting em posição invejável para a próxima era

  1. Amorim deixa o Sporting em grande posição para o próximo treinador bater alguns dos seus recordes
  2. Sporting igualou o melhor arranque de sempre na Liga Portuguesa, com 11 vitórias consecutivas
  3. Sporting marcou 39 golos nas primeiras 11 jornadas, o melhor registo desde 1972/73
  4. Sporting acumula 32 jogos seguidos sem perder no campeonato, igualando um recorde de Amorim

Uma passagem de testemunhos imponente


Haverá passagens de testemunhos melhores e piores no futebol, mas Rúben Amorim deixa o seu sucessor no Sporting em excelente posição para escrever história. Após cinco anos de enorme sucesso à frente dos leões, o treinador que muitos apontam como o melhor da história do clube parece ter preparado o caminho para que o seu substituto, provavelmente João Pereira, possa bater alguns dos seus próprios recordes.

Um arranque de época impressionante


Amorim conduziu o Sporting a um impressionante arranque de época, com 11 vitórias consecutivas no campeonato, igualando o melhor registo do clube na Liga Portuguesa. Além disso, a equipa leonina marcou 39 golos nas primeiras 11 jornadas, o melhor registo desde a temporada 1972/73. Estes números colocam o próximo treinador do Sporting em posição privilegiada para superar alguns marcos históricos do clube.

Uma despedida emocional


«Em 90 minutos foi o contar de uma história de cinco anos que todos vivemos. Muito sofrimento, lutar até ao fim», disse um emocionado Rúben Amorim após a vitória sobre o Braga. De facto, a partida na Pedreira foi uma espécie de metáfora para a sua passagem pelo Sporting, com a equipa a sofrer uma desvantagem de dois golos mas a conseguir dar a volta ao resultado no final, num desfecho que o próprio treinador considerou «muito mais do que podia ter esperado».

Recordes à espera de serem batidos


Amorim deixa o Sporting numa posição invejável, com a equipa a somar 32 jogos consecutivos sem perder no campeonato, igualando um recorde que já lhe pertencia. Basta um resultado que não seja derrota no próximo jogo para que este registo passe a ser exclusivamente seu.

Quanto aos potenciais recordes que o sucessor de Amorim poderá bater, o primeiro é impressionante mas talvez o mais difícil de alcançar. Na temporada 1957/58, o Sporting marcou 38 golos nas primeiras 11 jornadas, um registo que Amorim igualou nesta época. Para superá-lo, o novo treinador teria de marcar oito golos ao Santa Clara na 12ª jornada, algo que parece bastante complicado.

Mais acessíveis serão outros dois recordes. O primeiro é o melhor arranque de sempre do Sporting na Liga Portuguesa, com 11 vitórias consecutivas, que data da temporada 1990/91. Basta uma vitória sobre o Santa Clara para que este registo seja batido. Por fim, a impressionante série de 32 jogos sem perder no campeonato, que Amorim igualou com a vitória em Braga. Caso o Sporting não perca no próximo jogo, este recorde passará a pertencer exclusivamente ao agora ex-treinador dos leões.

Um legado de sucesso


Apesar de deixar o seu sucessor à beira da história, Amorim sabe que uma derrota contra o Santa Clara poderia também deixá-lo responsável pelos falhanços. No entanto, o técnico parece ter preparado o terreno para que o próximo treinador possa escrever o seu nome nos anais do clube.

«Eles vão ter um grande treinador e se continuarem a ser humildes e a ajudar-se uns aos outros vão ter grandes feitos», afirmou Amorim, que deixa o Sporting numa posição de enorme força, com uma série invicta impressionante e vários recordes à espera de serem batidos.

Um final épico


A despedida de Amorim em Braga ficará marcada por um final épico, com a equipa a dar a volta ao resultado e a vencer por 4-2, num jogo que o próprio treinador considerou uma metáfora para os seus cinco anos no clube. O dinamarquês Conrad Harder, que entrou no início da segunda parte, foi uma das figuras de destaque, marcando dois golos decisivos.

Também o capitão do Braga, Ricardo Horta, brilhou com um bis, mas acabou por ficar na sombra do triunfo leonino. Outros destaques foram o jovem lateral Gonçalo Inácio, que mostrou maturidade acima da média, e Matheus Nunes, a espinha dorsal do Sporting, que marcou um dos golos e foi um verdadeiro «polvo» no meio-campo.

Apesar da emoção da despedida, Amorim não esqueceu um dos seus jogadores mais importantes, Pote, que saiu a chorar do relvado. «Custou-me mais ver o Pote sair a chorar do que o final da partida. Eu sei que ele está um pouco chateado comigo, fez o esforço para jogar por ser o meu último jogo», revelou o treinador.