Geovany Quenda foi uma das figuras da vitória leonina em Famalicão (3-0). Uma exibição de mão cheia, coroada com um golo histórico — tornou-se no mais jovem de sempre dos leões a marcar na Liga, com 17 anos, cinco meses e 27 dias — que reforçou a importância e o estatuto que o jovem ala vem consolidando no ano de estreia como jogador profissional.

Uma notoriedade que há muito ultrapassou fronteiras portuguesas. Chegando a vários emblemas dos principais campeonatos europeus. Um deles em particular destaque e que A Bola, aliás, já deu conta há algumas semanas: o Manchester United.

Olhos postos em Quenda

O gigante inglês tem o leão em ponto de mira e tem intensificado o acompanhamento sobre o jogador formado em Alcochete nos últimos dias. De resto, ao que A Bola conseguiu apurar, o Manchester United, através de emissários, estiveram mesmo no Municipal de Famalicão com a intenção de observar in loco o desempenho do ala direito diante dos minhotos.

Quenda encontra-se muito bem referenciado e os red devils já sondaram sobre a possibilidade de contratar o jovem ala. O interesse é real mas os responsáveis do United terão de ter sempre em conta, naturalmente, que os leões veem no camisola 57 uma das próximas grandes vendas do clube, tanto que o blindaram com cláusula de rescisão de 100 milhões de euros, revelou uma fonte próxima do processo.

Impacto internacional

A aparição na Liga dos Campeões — foi opção nos três jogos já realizados, com Lille, PSV e Sturm Graz — aguçaram ainda mais o apetite e despertaram as atenções para um jogador que se afirmou, de forma surpreendente, desde os primeiros jogos oficiais da temporada.

O Manchester United, clube que mantém excelentes relações com os leões, sobretudo depois de 2003, quando Cristiano Ronaldo se deu a conhecer naquela noite de 6 de agosto, no jogo de inauguração do novo Alvalade diante dos ingleses, foi aquele que, para já, fez uma primeira abordagem sobre o jogador. Os relatórios vão manter-se até final da temporada, altura em que o clube inglês poderá avançar, de forma mais concreta, para uma contratação, confirmou a mesma fonte.

Aposta na formação

Quenda estreou-se a marcar a Liga e foi um dos mais ativos do trabalho ofensivo da equipa, com muitas chegadas à área adversária e arriscando o remate. Algo que (também) tem sido trabalhado nos últimos dias. O ala direito, que não está iludido ou deslumbrado com o prematuro mediatismo, tem mantido conversas com Rúben Amorim que lhe passou um (novo) objetivo: quer tornar Quenda um jogador mais perigoso no ataque, no último terço do terreno.

O técnico dos leões, ao que A Bola apurou, passou confiança e liberdade ao ala, de forma que se possa aventurar mais no ataque e, dessa forma, chegar mais próximo de zonas de finalização, até porque, entende o treinador, Quenda é um jogador com muito critério na definição. Ou seja, o treinador pediu-lhe para que mantenha o rigor defensivo (inicialmente trabalhado porque Quenda é extremo de origem), mas também uma maior liberdade e arrojo para chegar à frente e tentar marcar. Uma mensagem que, avaliando o duelo em Famalicão, foi passada na perfeição, se tivermos em conta a boa execução no lance do segundo golo.