Varandas ataca o «sistema» do futebol português e duvida do caso dos e-mails

  1. Frederico Varandas, presidente do Sporting, ataca o «sistema» do futebol português
  2. Pinto da Costa foi a maior «doença» do futebol português, segundo Varandas
  3. Luís Filipe Vieira «copiou o modus operandi» de Pinto da Costa para o Benfica, de acordo com Varandas

Frederico Varandas, presidente do Sporting, não poupou críticas ao «sistema» do futebol português na entrevista que concedeu à RTP no último domingo. Honra lhe seja feita: sempre que pode, o líder dos leões ataca aquilo a que Dias da Cunha chamou de «sistema».

Para Varandas, Pinto da Costa foi a maior «doença» do futebol português — e foi curioso ver como reagiu à comparação da dupla que forma com Rúben Amorim com a que o antigo presidente do FC Porto formou com José Maria Pedroto, no século passado. «Já fui insultado de tudo (...), mas seria horrível se fosse comparado a esse presidente», respondeu.

Críticas a Luís Filipe Vieira


Segundo Varandas, Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, não fica muito atrás de Pinto da Costa, tendo «copiado, com ajuda de Paulo Gonçalves — a quem também se refere de forma nada simpática —, o modus operandi» do antigo líder portista para o Benfica. Concede que talvez o tenha feito pela «frustração de nada vencer», mas recusa-se a aceitar que se deva viver sob o lema «Se não podes vencê-los, junta-te a eles (ou pelo menos imita-os)».

Caso dos e-mails


Quanto aos efeitos desta «cruzada a favor da verdade desportiva, e contra a manipulação de resultados», o próprio Varandas duvida que o caso dos e-mails venha a resultar em condenações em tribunal, pela dificuldade que o Ministério Público sempre tem de fazer prova em casos de corrupção (mais ainda numa eventual condenação da SAD do Benfica, tendo de ficar provado que beneficiou das ações dos seus dirigentes). Sobra a «propaganda para dentro, para os adeptos do Sporting, e pouco mais».

Tal como a justiça terá dificuldades em punir as más práticas do futebol português, também não parece provável que sejam as palavras e a insistência de Varandas que venham a acabar com elas, por muito boas que sejam as intenções.

Futuro de Amorim e Gyokeres


Quanto ao que, atualmente, mais preocupará os adeptos do Sporting, a possibilidade de Rúben Amorim e/ou Gyokeres acompanharem Hugo Viana na viagem para Manchester no final da época, Varandas deixou poucas ou nenhumas garantias — fê-lo no caso do sueco, mas apenas quanto a uma eventual saída em janeiro, que só alguma «consciência de como as coisas mudam no futebol o coibiu de classificar como impossível».

Aprecio a honestidade, menos a tentativa de «fugir ao assunto». Até porque, mesmo tendo Amorim contrato até 2026 e Gyokeres até 2028, a continuidade de um ou de ambos no Sporting não está, na verdade, nas mãos do presidente.