Sem Planeamento, Organização, Visão e Estratégia, não há Sucesso no Futebol

  1. Rui Almeida, jornalista, conversa com amigos e alunos sobre quatro elementos imprescindíveis, vetores-base do sucesso de qualquer projeto ligado ao futebol profissional
  2. Hugo Viana, antigo internacional português, é dos poucos operacionais, em Portugal, a cumprir por inteiro as condições e a ter noção exata da componente de planeamento
  3. Viana, nos últimos quatro anos, quase na sombra, levou o Sporting à reconquista de alguma hegemonia ou, pelo menos, protagonismo no futebol português, com a vitória em duas ligas
  4. Viana, no Sporting, limitou a fase terminal do processo decisório a três pessoas: ele próprio, o treinador Ruben Amorim e o Presidente Frederico Varandas
  5. «Que Sporting se pretende daqui a dez ou vinte anos?», pergunta feita por Hugo Viana

Resultados Importam, mas Não É Tudo


Muito se fala no "processo" entre treinadores e clubes, mas a realidade é que, em alta competição, os resultados são o que realmente importa. E os principais clubes, jogadores e treinadores de topo sabem disso. Porém, a organização e estruturação de uma equipa profissional de futebol vai muito além, com o compromisso como elemento definidor essencial a todos os intervenientes.

Os Quatro Vetores-Base do Sucesso


Rui Almeida, jornalista, conversa com amigos e alunos sobre quatro elementos imprescindíveis, vetores-base do sucesso de qualquer projeto ligado ao futebol profissional, mas que também são a sustentação de qualquer organização, como as empresas de media. Esse plano, que Almeida denomina de "POVE", se seguido, pode não garantir resultados imediatos, mas concentra todas as vertentes que conduzem aos resultados, sejam eles de natureza financeira, de engajamento e envolvimento, desportiva ou social.

Planeamento: A Base de Tudo


O primeiro elemento é o Planeamento. Nada se consegue sem ele, tudo se pode atingir com ele. O planeamento de curto, médio e longo prazo, de acordo com os objetivos traçados, despistando oportunidades, definindo caminhos, tendo a plena consciência das dificuldades, sabendo, até, transformá-las em oportunidades. Uma espécie de análise SWOT adaptada a cada caso, a cada realidade e a cada meio, porque dessas variáveis e da sua correta radiografia prévia depende, em muito, o sucesso futuro.

Para esta ideia de planeamento concorre também a experiência prévia dos protagonistas e dos dirigentes das estruturas envolvidas. E é por isso que Rui Almeida puxa Hugo Viana para a conversa, pois o antigo internacional português é dos poucos operacionais, em Portugal, a cumprir por inteiro as condições e a ter noção exata desta componente.

Viana, que agora estará quase a fazer as malas para um dos maiores emblemas ingleses (em substituição de Txiki Begiristain), leva consigo a bagagem de vários anos como praticante de alto nível, mas também de dirigente que, nos últimos quatro anos, quase na sombra, levou o Sporting à reconquista de alguma hegemonia ou, pelo menos, protagonismo no futebol português, com a vitória em duas ligas.

Organização: A Estrutura Interna Essencial


O segundo elemento é a Organização. Uma organização que deverá observar algumas regras essenciais. Ser pequena em número e grande em coesão é uma delas. Um núcleo altamente qualificado, profissional e bem pago, fechado, com ramificações internas e cadeias de comando bem definidas, disponível para absorver influências exteriores, mas hermética quando se fecha para dar cumprimento às decisões.

A criação de uma estrutura humana de confiança é um dos primeiros passos que devem ser dados na perspetiva da qualificação da ação de uma equipa. E, neste caso mais específico, atendo-nos a uma equipa profissional de futebol, torna-se essencial perceber quem temos ao lado, quem nos pode ajudar a flexibilizar e harmonizar o processo de decisão. Viana, no Sporting, também o soube fazer, limitando mesmo a fase terminal desse processo decisório a três pessoas: ele próprio, o treinador Ruben Amorim e o Presidente Frederico Varandas.

Visão: Onde Queremos Chegar


O terceiro elemento é a Visão. A resposta a várias outras perguntas resulta, justamente, na Visão global. No estabelecimento de valores basilares e identificativos, na capacidade de criar envolvimento com todos os stakeholders de um mercado cada vez mais complexo e permanentemente em evolução e ebulição, na vontade de estabelecer, desde logo, o compromisso comum de superação e de demarcação nítida em relação à concorrência.

Pôde, Hugo Viana, fazer esta pergunta há uns anos: «Que Sporting se pretende daqui a dez ou vinte anos?» E começou a responder, utilizando exatamente as referências de Visão, sempre secundado pela estrutura e envolvido com os players adequados.

Estratégia: O Plano de Ação


Por fim, a Estratégia, que envolve todos estes elementos. A Estratégia que levou o Sporting, robustecido na estrutura e engrandecido nas vontades, a um papel de destaque no futebol português dos últimos quatro anos, revivendo uma história que, embora com outro enquadramento, já havia conhecido episódios semelhantes.

A Estratégia que o Manchester City pretende para o período pós-Guardiola, que se adivinha quase imediato no futuro do clube, também emerge naturalmente na primeira linha sucessória de Txiki Begiristain, tal como, evidentemente, emergirá Ruben Amorim no mais direto horizonte de rendição de Pep Guardiola.

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