Rábula das botas volta a fazer história no futebol português

  1. A cena de jogadores a escorregarem no relvado devido à falta de aderência das botas remete inevitavelmente para a final da Taça dos Campeões de 1988, quando o Benfica enfrentou o PSV Eindhoven
  2. O Benfica não contou com a goma das meias novas, que fez com que a pouca aderência fizesse as botas saltarem dos pés
  3. Alguém devia ter previsto a situação no Sporting... Foi dada prioridade ao trabalho tático e dispensado o treino de adaptação ao relvado
  4. O golo de Daniel Bragança fez com que a rábula das botas passasse para plano secundário

O Sporting teve de lidar com uma situação que já fez história no futebol português, mas desta vez não foi o Benfica o protagonista. A cena de jogadores a escorregarem no relvado devido à falta de aderência das botas remete inevitavelmente para a final da Taça dos Campeões de 1988, quando o Benfica enfrentou o PSV Eindhoven.

Então, os encarnados lutavam por um troféu que lhes fugia há décadas, mas acabaram por ser infelizes nas condições do relvado, com as meias a escorregarem e a impedirem os jogadores de controlarem a bola. Agora, 36 anos depois, foi a vez do Sporting enfrentar o mesmo problema no Philips Stadion, palco daquela final histórica.

Benfica teve prioridade às condições do relvado


«Se as botas de Elzo ou Pacheco a saltarem no relvado de Estugarda ficaram na história do futebol português, o que dizer agora da partida Philips Stadion?», questiona o autor. Então, os encarnados «estrearam equipamentos, o que se compreendia e justificava, dada a solenidade do momento, mas, no meio da euforia de um regresso a uma final, não contaram com a goma das meias novas, que fez com que a pouca aderência fizesse as botas saltarem dos pés.»

Ao contrário do Benfica há 36 anos, o Sporting não teve a mesma preocupação com as condições do relvado. «Alguém devia ter previsto a situação... Foi dada prioridade ao trabalho tático e dispensado o treino de adaptação ao relvado, explicou o treinador Rúben Amorim.»

Resultado positivo apaga rábula das botas


Apesar da má imagem deixada pelos leões, o resultado acabou por ser positivo. «Valeu aos leões que o golo de Daniel Bragança, já perto do fim, fizesse com que rábula das botas passasse para plano secundário. O futebol é mesmo assim, tudo se determina a partir do resultado.»

E esse ponto conquistado em Eindhoven «tem tudo para ser um bom resultado» numa «perspetiva realista» de apuramento para os oitavos de final da Liga dos Campeões, onde «só os oito primeiros classificados se qualificam diretamente» e «a fasquia vai estar muito alta.»

Desafio complicado para Sporting e Benfica


O autor acredita que «para uma equipa se apurar terá de alcançar cinco vitórias, o que em oito jornadas é uma tarefa bem difícil. Ou somar, pelo menos, os mesmos 15 pontos com menos vitórias, o que para Sporting e Benfica ainda parece mais difícil, já que para tal só poderiam perder um jogo nesta fase da Champions...»