Apesar de considerar o Sporting como o melhor da sua era, o treinador Rúben Amorim insistiu na necessidade de manter os pés no chão, de forma a preparar a equipa para lidar com eventuais situações de insucesso no futuro e continuar na busca da sua melhor versão.
«Eu conheço bem a minha equipa e consigo ver as limitações. Estamos numa fase em que, em jogos do nosso campeonato, nós conseguimos implementar [a ideia] e temos essa consistência de jogar sempre da mesma maneira. Mas sinto que temos de trabalhar mais, porque, quando o nível aumenta um bocadinho na Liga dos Campeões, nós temos dificuldades aqui ou ali em certas situações», apontou Rúben Amorim.
O incómodo com os elogios
O treinador do Sporting disse inclusive que os recentes elogios à sua equipa o têm deixado desconfortável. «Não vivo muito confortável com esta história de que o Sporting é imparável e que não vai perder pontos. É algo que me afeta bastante no sentido em que fico desconfortável. Eu quero que eles sintam esse desconforto.»
Amorim acredita que quando a equipa perder os primeiros pontos, haverá quem diga que as boas exibições eram apenas "conversa" e que afinal não eram tão bons como se pensava. «Tenho a certeza de que isto vai acontecer. Para não passarmos isso, temos de estar sempre no máximo e não nos deixarmos levar.»
A exigência de Amorim
O técnico leonino explicou que continua a sentir "a mesma ansiedade sobre o resultado" antes dos jogos, mas está, agora, "mais tranquilo sobre o que vai acontecer" e em relação à "consistência" da equipa. «Acho que já disse no ano passado que era o melhor Sporting, mas demos ainda um passo em frente e é claramente mais perto da ideia que tenho para a equipa do Sporting. Portanto, é o melhor Sporting», concluiu.
Amorim lembrou mesmo que "quando o nível aumenta um bocadinho", como "na Liga dos Campeões", a equipa tem "dificuldades aqui ou ali, na construção, em certas situações" para explicar a exigência que coloca nas suas afirmações após os encontros, apesar de o Sporting somar seis vitórias noutros tantos encontros na I Liga e uma na 'Champions'.
O caso Nuno Santos
Sobre o reparo público feito a Nuno Santos, após o jogo com o AVS, Amorim procurou retirar carga às palavras, até porque, assegurou, tem uma excelente relação com o lateral-esquerdo. «Quando falo aquilo, é para ele usufruir do momento porque isto um dia vai acabar rápido e ele vai perceber que andou preocupado com certas coisas e não usufruiu o momento. Ele fica chateado por não jogar, mas dá sempre o máximo.»
Conclusão
Apesar de considerar o Sporting como o melhor da sua era, Rúben Amorim mantém os pés no chão e exige mais da sua equipa, com o objetivo de a preparar para lidar com eventuais adversidades no futuro. O treinador diz sentir-se desconfortável com os elogios, receando que quando a equipa perder os primeiros pontos, haja quem minimize as boas exibições.