Varandas: «Aprendi que coragem não é não ter medo, é não ceder ao medo»

  1. Varandas reconheceu ter recebido ameaças como presidente do Sporting
  2. Experiência no Afeganistão ajudou Varandas a lidar com o medo
  3. «Aprendi que coragem não é não ter medo, é não ceder ao medo», diz Varandas
  4. Varandas afirma que não cederia a ameaças para não ter de deixar a presidência do Sporting

O presidente do Sporting, Frederico Varandas, reconheceu este sábado, no programa 'Alta Definição' da SIC, que já recebeu ameaças enquanto líder do clube, mas que nunca se deixou intimidar.

Quando houve ameaças disto e daquilo [enquanto presidente do Sporting], claro que avalio a ameaça mas, de certa forma, se cedesse a uma ameaça ia ter de colocar o meu lugar à disposição. Ia falhar, não estava preparado para ser presidente do Sporting nesse caso, considerou Varandas.

Varandas lembrou a sua participação na guerra do Afeganistão como uma experiência que o ajudou a lidar com o medo. O Afeganistão deu-me uma lição, aprender a viver com o medo. Quando cheguei lá, fomos ativados porque havia ameaça de um veículo que estava possivelmente armadilhado para um ataque. Nos primeiros 10 segundos, vi 40 carros brancos daquela descrição. Andámos horas numa patrulha. Quando cheguei, o batimento cardíaco... E eu 'correu bem'. Depois fiz uma conta de cabeça e pensei que ia fazer aquilo seis meses. Pela primeira vez na vida coloquei na minha cabeça que não ia aguentar.

O presidente do Sporting contou ainda uma história sobre uma patrulha numa zona controlada pelos talibãs, em que um oficial como ele se preparava para a missão com visível ansiedade, mas chegou ao exterior com a cabeça erguida perante os seus homens. Eu aprendi que era normal ter medo. Aprendi que coragem não é não ter medo, é não ceder ao medo, concluiu Varandas.