O guarda-redes espanhol António Adán despediu-se do Sporting com uma entrevista emotiva à Sporting TV. Após quatro anos no clube, o jogador termina contrato a 30 de junho e não vai renovar, deixando os leões.
Adán, que disputou 156 jogos pelo Sporting, ganhou dois campeonatos durante a sua passagem, tendo sido uma peça importante na conquista do título em 2020/21, sob o comando de Rúben Amorim. Apesar de uma época difícil a nível individual na última temporada, o guardião espanhol saiu com a cabeça erguida, agradecendo a toda a estrutura do clube e aos adeptos.
«Sentiu-se algo especial no balneário desde o início»
Recordando a conquista do campeonato na época 2020/21, Adán destacou a união do grupo desde o início da temporada. «Por vezes custou conseguir vitórias, mas aparecia sempre alguém no último minuto a dar-nos o golo decisivo», afirmou o guarda-redes, lembrando-se de ter dito à sua psicóloga que era «impossível que alguém nos tirasse os oito pontos de vantagem» que tinham na altura.
O jogador destacou ainda a festa dos adeptos no Parque Eduardo VII, com a «Avenida da Liberdade só a ver verde», considerando ter sido «algo especial».
«Orgulhoso da parte que pude ajudar»
Apesar de uma época individual difícil, com alguns jogos «em que passei francamente mal», Adán mostrou-se orgulhoso do seu contributo durante as primeiras 22 jornadas. «Graças a Deus, a equipa respondeu e deu um passo em frente para conseguir ultrapassá-los», afirmou.
Após a lesão, o guarda-redes assumiu um papel secundário para ajudar o jovem Franco Israel, destacando a boa atitude dos colegas que ficavam de fora.
«Tivemos que nos unir»
Sobre a época passada, em que o Sporting terminou no 4.º lugar, Adán considerou que o início de época «mais irregular» não permitiu à equipa «estar na luta pelo campeonato». No entanto, o jogador acredita que esses momentos difíceis ajudaram a unir o grupo.
«Há vezes em que tudo corre muito bem, mas há momentos em que tudo corre mal e temos que nos unir. Acho que o ano passado, nas últimas jornadas, já se estava a criar esse ambiente de 'ok, este ano correu mal, mas somos muito bons, e no próximo ano temos que mostrar, desde o primeiro dia até o último, que somos capazes de voltar a conquistar um título'», analisou.
«Somos muito bons e temos que conquistar outro título»
Adán revelou que a mensagem passada por Rúben Amorim desde o início da pré-época era clara: «'ou ganho títulos ou vou embora'. Chegamos à pré-época e a mensagem era igual: 'no ano passado fizemos uma temporada má, ou este ano voltamos a ser campeões, ou todos nós que estamos aqui temos que sair do clube, porque não merecemos estar'».
O guarda-redes afirmou que essa confiança transmitida pelo treinador ajudou a equipa a acreditar que era possível voltar a conquistar um título.
«Foi um dia inacreditável»
Questionado sobre quando sentiu que o título não iria fugir, Adán destacou os jogos com o Benfica como decisivos. «Aí sentes que ainda podem aproximar-se um pouco mais a nós, mas eu via a equipa muito bem, a jogar com uma confiança tremenda», analisou.
O guarda-redes recordou a festa dos adeptos no Marquês de Pombal, após a conquista do título, considerando ter sido «um dia inacreditável».
«Deixar de ver alguns amigos vai ser o mais complicado»
Adán afirmou que o «dia-a-dia» e o «balneário» foram os aspetos que mais marcaram a sua passagem pelo Sporting, descrevendo-o como uma «família».
Na despedida aos adeptos, o guarda-redes pediu-lhes que «não deixassem cair o clube» e que mantivessem a «união» com a equipa técnica e o plantel. Agradeceu ainda ao presidente, ao diretor desportivo, a Rúben Amorim e a todo o staff do clube.
Mensagem de despedida
«Sou de um país vizinho. Agora começa outra temporada na minha carreira, mas vou continuar a seguir o Sporting com muita atenção», afirmou Adán na sua despedida.
O guardião espanhol saiu com a cabeça erguida, deixando uma mensagem emotiva aos adeptos e a todos no Sporting: «Quero deixar um agradecimento aos adeptos, ao presidente, ao diretor desportivo e ao mister, que me trouxeram para cá, confiaram em mim e mostraram respeito pelo meu trabalho. Também ao staff e as pessoas que convivem connosco na Academia, cozinheiros e pessoas da limpeza. Agradecer ainda aos meus colegas porque, apesar de ter partilhado o balneário com jogadores historicamente muito importantes em grandes clubes, este é especial.»