Sporting vence Portimonense com autoridade e está perto do título

  1. Sporting venceu o Portimonense por 3-0
  2. Nakamura realizou quatro defesas de outro mundo
  3. Sporting está a dois pontos do título
  4. Viktor Gyokeres fechou as contas em 3-0

Foi com autoridade que o Sporting ultrapassou o antepenúltimo obstáculo na corrida pelo título nacional. Nesta fase da competição não há jogos fáceis, e o Portimonense, a lutar pela sobrevivência, tratou de colocar em campo um sistema pensado para anular a largura do ataque sportinguista, o que obrigou Rúben Amorim a ler bem o jogo para garantir que não seria surpreendido. Os algarvios ensaiaram um autocarro de dois andares, que colocava quase sempre à frente do enorme Nakamura, seis defesas (os quatro tradicionais e ainda Luan e Varela, que fechavam as laterais), três médios (um deles trinco, Ventura) e um avançado, Hildeberto, que foi presa fácil da defesa leonina. A esta forma de jogar responderam os donos da casa com um sistema que muitas vezes foi de 3x1x6, que não só não retirou à turma de Alvalade a sua habitual largura como, através do recuo de Pedro Gonçalves e Paulinho, criou uma superioridade tal a meio campo que abriu espaços para uma goleada das antigas que ficou por concretizar. Na primeira parte, que terminou com a vantagem mínima do Sporting, os leões dispuseram de dez (!!!) ocasiões claras para marcar: além do golo de Paulinho, que também acertou no ferro do guarda-redes japonês, Nakamura realizou quatro defesas de outro mundo, e ainda houve mais quatro oportunidades claras de golo, além de 11 pontapés de canto. Tanto desperdício podia ter consequências graves, mas a equipa de Amorim entrou calma para a metade complementar, sem nunca ter de mexer na tática inicial.

Estava o jogo num regime de sentido único quando Paulo Sérgio, aos 59 minutos, decidiu dinamizar um pouco mais o ataque, mandando para o campo dois avançados rápidos, Cassamá e Gonçalo Costa, passando a um 5x2x3 um pouco mais ousado, mas ainda assim inofensivo.

Aos 68 minutos, Rúben Amorim iniciou o processo de substituições, refrescando setores - Esgaio por Catamo e Pedro Gonçalves por Daniel Bragança - e logo a seguir uma jogada de compêndio, que começou num passe de calcanhar de Nuno Santos, seguido de um trabalho de filigrana de Paulinho, concluído com um remate cruzado, indefensável, de Trincão, deu a Alvalade a certeza de que a tarde era de festa. Depois disso, e já sem que pairassem dúvidas quanto ao vencedor (Israel não fez uma defesa digna desse nome), Amorim prosseguiu as trocas posicionais, com Morita, Quaresma e mais tarde Matheus Reis, a executarem a mesma missão que tinha sido pedida a Hjulmand, Diomande e Nuno Santos.

Para alegrar ainda mais uma atmosfera frenética, que levou a Alvalade 49.557 espetadores, Viktor Gyokeres, herói no Dragão há uma semana, menos explosivo na partida com os algarvios, ainda teve tempo para fechar as contas em 3-0, a passe de Bragança.

Do fim de tarde de sábado ficou a certeza do estado adulto da equipa do Sporting, que apesar de ter desperdiçado muito, nunca vacilou, nunca perdeu o equilíbrio, nem, sobretudo, o sentido coletivo. Valerá a pena destacar duas circunstâncias que tiveram peso substancial na forma de jogar do Sporting; a primeira tem a ver com os passes longos de Gonçalo Inácio, que estiveram na origem de dois golos; a segunda passa pelo trabalho defensivo de Paulinho (além da assistência e do golo...), que foi uma força de bloqueio às saídas de bola do Portimonense, e mostra como uma equipa só é boa se ninguém se esconder.

Destaques do Portimonense: a grande muralha do Japão


Nakamura encheu a baliza algarvia e adiou várias vezes o 0-2 com defesas de grande qualidade

O melhor do Portimonense: Nakamura (8)

Não foram precisos mais do que 3 minutos para que Nakamura afirmasse a sua posição. Deteve tentativa de Pedro Gonçalves, logo a seguir de Paulinho, depois de Gyokeres, de Inácio, novamente de Pedro Gonçalves, uma vez mais de Paulinho. E foi uma das histórias do jogo, a forma como o japonês foi evitando que o leão chegasse ao 2-0. A muralha merecia outros guardas.

Em equipa com linha defensiva de cinco e muitíssimo recuada, Hélio foi o primeiro jogador do Portimonense a dar um sinal de vida ofensivo, guiando a bola até à área leonina com qualidade, já a primeira parte ia alta.

Ficou a esbracejar, zangado, pois ninguém soube aproveitar a boleia. Seck merece um louvor por interceção preciosa na sua grande área, evitando golo quase certo de Gyokeres, Pedrão, Alemão e Formiga iam sofrendo com o carrossel leonino, sem capacidade para limpar com clareza. Gonçalo Costa entrou muito bem (e tarde) na partida, mostrando que era, afinal, possível causar algumas dores de cabeça à defesa leonina, conseguindo fugir pela esquerda e ameaçar de alguma forma a calmaria no meio campo do Sporting. Midana foi outra boa presença dos algarvios, mais um que saltou do banco a sensivelmente meia hora do final, e ainda deu que fazer. No entanto, o ataque dos algarvios não poderia funcionar na perfeição com apenas dois jogadores capazes. Ainda disparou por cima da trave. Pelo menos disparou.

As notas dos jogadores do Portimonense: Nakamura (8), Formiga (4), Pedrão (4), Alemão (4), Seck (4), Fukui (4), Carlinhos (4), Lucas (4), Luan (4), Hildeberto (4), Hélio Varela (4), Gonçalo Costa (5), Midana (5), Guga (4), Paulo Estrela (4) e Dener (-).

‹O importante é fazermos as pazes no Marquês›: o que disse Amorim no pós-Portimonense

Sporting está a dois pontos do título

Depois da vitória por 3-0 frente ao Portimonense, Rúben Amorim mostrou-se bastante sorridente na conferência, sabendo que o Sporting está a dois pontos do título.

Sabe A BOLA que se os leões chegarem ao título este domingo vai mesmo haver festa logo na noite e será tudo na emblemática praça lisboeta

Os preparativos para a festa e Paulinho foram alguns temas em destaque.

Que leitura faz ao jogo e o que esta onda de apoio tem significado, até porque está perto de vencer todos os adversários em Alvalade?

‹E estamos perto de bater o recorde de pontos... Tem um significado muito importante e quando chega ao fim é normal haver entusiasmo. O que não é normal é ser desde a pré-época no Algarve. Os adeptos têm tido um papel muito importante. Na altura do covid-19, muitos diziam que uma das razões para o Sporting ter sido campeão foi por não ter adeptos e eles tinham de responder a isso. Ainda não acabou e precisamos da ajuda deles para mais dois pontos. Em relação ao jogo, fomos muito competentes, sérios e quase não deixámos o Portimonense chegar à nossa baliza. Não fizemos muitas faltas no meio-campo ofensivo, porque eles têm feito muitos golos de bola parada. O Carlinhos nunca conseguiu chegar perto da área e nós fomos sempre criando muitas oportunidades. Ás vezes devíamos ter circulado mais a bola e não fomos tão eficientes como temos vindo a ser. A vitória foi da melhor equipa.

O Sporting foi a melhor equipa deste campeonato? Já vê a meta?

‹Vamos esperar que as coisas aconteçam. Até agora temos sido a melhor equipa porque fazemos mais pontos, quer em casa, quer fora. Não somos ainda a melhor defesa. Acho que ainda faltam dois jogos e ainda poderemos ser. Acho que vamos ser o melhor ataque. Toda a gente aqui no Sporting já vê a meta, falta um pequeno passo.

Que pergunta é que Rúben Amorim jornalista faria ao treinador, que no meio desta confusão toda, não sabe onde vai estar a dar treinos daqui a dois meses?

-Eu não vou fazer o vosso papel porque é bastante difícil e faz parte do vosso papel também andar a procurar coisas boas e que dêem interesse. Eu tornei-me aborrecido na resposta sobre o futuro porque não tenho nada para dizer. Sou muito feliz. O importante é estarmos daqui uma semana no Marquês de Pombal. Eu acho que aí faremos todas as pazes aqui: Adeptos, treinadores, jogadores... Vamos dar esse passo e acho que vai ser muito importante para todos e para mim.

Teve alguma conversa com Paulinho sobre se pode contar com ele para a próxima época? Há uma lista estabelecida com os jogadores de recordes a cumprir?

- Não há uma lista, ser campeão é o objetivo maior. Acho que só há uma equipa que tem mais jogos sem sofrer golos que nós. Tudo isso entra porque é uma motivação extra para todos estarmos sempre alerta e, com a meta tão perto, é preciso arranjar vários objetivos para andarmos sempre no máximo. É importante manter toda a gente no máximo todos os dias. Paulinho sempre deu o que deu hoje. Em relação a contar ou não contar com ele, não vamos falar disso. O Paulinho é jogador do Sporting e sempre nos deu muito. Foi sempre um prazer ser treinador dele. Hoje provou mais uma vez que evoluiu como jogador e que às vezes joga menos do que merecia.

O que é que está previsto para amanhã?

-Há vários departamentos no clube que informarão os adeptos e eu faço o meu papel, que é ganhar este jogo. Amanhã vamos ver e ainda vamos ser informados disso. Fizemos questão de não falar com os jogadores sobre essas situações. O meu foco está em ganhar o título. Se formos amanhã, de certeza que o Sporting tem tudo preparado.

Lá fora, alguns adeptos diziam que o Gyokeres hoje esteve um bocadinho mais apagado e a tentar decidir sozinho. Gostou da exibição dele? E se o golo no fim foi a cereja no topo do bolo para os adeptos?

- Acho que os adeptos iriam na mesma satisfeitos para casa sem o terceiro golo. O Gyokeres foi o mesmo de sempre, esticou a equipa lutou e nós não podemos querer que alguém que faz quase 40 golos numa época às vezes não veja só a baliza. Cada vez que há um jogador mais ou menos bem posicionado para receber a bola junto à baliza, eu garanto-vos que esse jogador não faz 40 golos numa época. Nós precisamos da forma de ele jogar. Aalguém para marcar 40 golos tem que ser, às vezes, um bocadinho egoísta e nós agradecemos.

Porque é que falou em fazer as pazes quando o estádio cantou o seu nome? Que problema teve o St. Juste?

- O St. Juste está em gestão. O Esgaio teve o cartão amarelo e Catamo entrou. O Quaresma também entrou... Mas o St. Juste, pelo passado dele, preferi não o trazer para o banco. Em relação às pazes, quero ganhar o título para dar aos adeptos essa alegria.

Há quanto tempo é que o recorde de pontos no campeonato é um objetivo?

- Nós fazemos e vamos procurando encontrar objetivos. O recorde é do mister Jorge Jesus. É sempre bom bater o recorde de alguém que teve bastante influência no meu crescimento como jogador e, logo, como meu treinador.

Se o Sporting conquistar a dobradinha, é possível haver vários objetivos para si no Sporting depois disso?

- No Sporting há sempre muitos objetivos. Quando eu cheguei aqui, perguntavam sempre se isso corre bem e nesta fase perguntam, e se corre mal? É normal uma pessoa às vezes pensar que quer sair pela porta grande, para o ano vai ser mais difícil. O Daniel [Sousa] vai para Braga. Há muitos objetivos. Já passámos aqui coisas com o Lask Linz, o Varzim, o quarto lugar... E às vezes é preciso uma pessoa saber se dá um passo em frente, ao lado, se pára. As pessoas pensam que é só dinheiro e há outras razões que é difícil lidar. Há muitos objetivos.

O que é que explica esta época do Paulinho? O foco em Gyokeres?

- O Paulinho ganhou o seu espaço. Ele sempre foi muito bom a jogar fora da zona central e vinha sempre buscar muito a bola, já no SC Braga. E, por isso, se calhar, o Pote foi o melhor marcador em 2020/21, porque o Paulinho abria muitos espaços. O Paulinho treina muito bem, tem uma capacidade física, pressiona muito bem e é muito inteligente.

A construção do Sporting muito através do corredor esquerdo foi uma estratégia?

- Nós temos as nossas rotinas e onde houver espaços os jogadores sabem o que fazer. O Nuno Santos tem uma grande capacidade de explorar os espaços e os nossos centrais estão cada vez melhores a organizar o jogo. O Nuno Santos tem também as receções de bola... É muitas vezes como o Gyokeres... o espaço está

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