Mais um jogo da Liga Bwin adiado devido a más condições climatéricas, desta vez o Nacional-Benfica. Após apenas 9 minutos de jogo, o árbitro viu-se forçado a tomar a decisão de adiar o encontro da 8ª jornada, devido ao espesso nevoeiro que se fazia sentir no Estádio da Choupana.
Este não é, infelizmente, um caso isolado no futebol português. O problema dos adiamentos de jogos por questões meteorológicas é algo generalizado e endémico no nosso campeonato, revelando bem as fragilidades da infraestrutura desportiva nacional.
Um problema de organização
Como destaca um comentador citado no artigo, «bastaria criar um plano de contingência com uma norma simples: sempre que houvesse previsão de nevoeiro na Choupana, haveria a possibilidade de mudar o jogo para o Estádio dos Barreiros, a 10 minutos de distância, quase ao nível do mar.» Esta é uma solução prática e de sentido comum que poderia evitar muitos dos adiamentos que se verificam.
O problema, no fundo, é de organização. «Cabe à Liga atender a esta especificidade e adaptar o regulamento para prevenir futuros adiamentos», afirma a mesma fonte. Não se trata de culpar o Nacional, pois este problema é generalizado no futebol português, com vários outros exemplos citados no artigo.
A orografia da Madeira como condicionante
A orografia da Ilha da Madeira é apontada como uma das grandes condicionantes para este problema. O Estádio da Choupana, situado a 600 metros de altitude, está particularmente sujeito a fenómenos de nevoeiro que afetam a visibilidade e tornam os jogos inviáveis.
«A orografia é uma condicionante enorme na Madeira, seja na neblina ocasional que atinge um estádio construído a 600 metros de altitude, seja no Aeroporto Cristiano Ronaldo, afetado não raras vezes por ventos fortes.» Mais uma vez, soluções de contingência poderiam mitigar estes problemas.
Um problema generalizado no futebol português
O artigo cita vários outros exemplos de problemas com as infraestruturas desportivas no futebol português, que vão desde a falta de iluminação, a bancadas interditadas, relvados com problemas de drenagem, entre outros.
«O Casa Pia vai para a terceira época a jogar num recinto emprestado, a 80 quilómetros de casa, por no seu não ter iluminação suficiente. O Farense joga em casa apenas quando não recebe os três grandes. O Rio Ave joga há cinco anos num estádio que só tem uma bancada, tendo cada transmissão televisiva um aspeto desolador sem adeptos – algo que na Liga Espanhola vale multa aos clubes.»
Estes problemas revelam bem a necessidade urgente de investir na melhoria das infraestruturas desportivas em Portugal, de forma a elevar o nível do nosso campeonato e proporcionar melhores condições aos clubes e adeptos.