Marco Ferreira defende foco dos clubes na arbitragem

  1. Marco Ferreira comenta à Lusa
  2. Arbitragem deve ser foco interno
  3. Mudanças nas presidências dos clubes
  4. VAR reduz erros, mas não elimina
  5. Criticas aos árbitros ignoram pressão

O antigo árbitro Marco Ferreira, em recente comentário à agência Lusa, destacou a importância de os clubes concentrarem-se nas suas ações internas, evitando que críticas infundadas à arbitragem sejam o foco. Ele afirmou: “De dentro para fora, os clubes têm de começar a focar-se naquilo que controlam, no seu trabalho, e não usarem os comentadores para passar críticas à arbitragem, muitas vezes sem fundamento e sobre casos que não o são.” Ferreira, que atuou como árbitro na primeira categoria nacional entre 2007 e 2015, fez este apelo em um ano onde as mudanças na liderança dos clubes e o desempenho da arbitragem estiveram sob escrutínio.

O início da época, segundo Ferreira, foi “bastante positivo, já que a arbitragem praticamente não era falada e havia uma distância significativa” entre o líder e os concorrentes diretos. No entanto, essa situação mudou à medida que a luta pelo título se intensificou. Ele comentou: “Vimos uma mudança nas presidências dos principais clubes e algumas melhorias, mas, quando tudo ficou em aberto, os vícios antigos voltaram e tivemos declarações dos mais altos dirigentes. Lançaram suspeitas, mas não as explicaram de forma clara e acabaram por não dizer nada. Quando o discurso chega a este ponto, pode ser interpretado como uma forma de os clubes desviarem a atenção de hipotéticos falhanços da época.”

A Influência da Arbitragem

Marco Ferreira lembrou que, no final de uma temporada, é comum afirmar que a arbitragem não influencia os resultados, uma vez que os erros tendem a ser repartidos entre os clubes mais importantes. Ele declarou: “Ressalvando que, no fim de uma temporada, é habitual dizer-se que a arbitragem acaba por não ter influência, porque, existindo erros, acabam por ser sempre divididos entre os 'grandes'.” Além disso, Ferreira assegurou que a nova estrutura do Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) está a trabalhar para melhorar o desempenho do setor.

O Papel do VAR na Arbitragem

O ex-árbitro abordou a aplicação do VAR na I Liga, que está em vigor pela oitava época consecutiva. Ferreira acredita que, com a chegada deste sistema, os árbitros se tornaram “mais focados” nos lances. Ele comentou: “O protocolo é muito claro e diz que o árbitro não poderá deixar de tomar uma decisão à espera que seja o VAR a decidir. O VAR é um recurso e, se não for necessário usá-lo, é sinal de que os árbitros de campo estão a ser competentes. Tem de ser usado em erros claros e óbvios e em situações com influência no resultado ou na atribuição de pontos.”

Pressões em Campo

Apesar da controvérsia sobre o VAR, Ferreira reconhece que muitas vezes a crítica aos árbitros ignora a pressão sob a qual trabalham. Ele afirmou: “Muitas vezes, quando os clubes criticam, questionam até se um erro foi deliberado, mas esquecem-se de que os árbitros correm o risco de ser despromovidos se tiverem maus desempenhos e, com isso, deixam de ser profissionais. Sabendo que se pode prejudicar, um árbitro não vai errar deliberadamente só para defender o clube A ou B.”

Limitações do VAR

Ferreira acredita que, embora o VAR tenha ajudado a reduzir erros graves, não resolve todos os problemas da arbitragem. Ele explicou: “Viabilizado em 2016 pelo International Board (IFAB), regulador das regras do futebol, o sistema tecnológico veio reduzir imenso os erros graves com influência no resultado, sobretudo quanto à lei do fora de jogo, mas não os eliminou nem é a solução para tudo.” Ferreira também mencionou que não antevê alterações ao protocolo atual, mas sugere que pode haver a possibilidade de as equipas terem dois pedidos de intervenção nas situações que julguem pertinentes. “Isso iria diminuir o ruído, porque passava a responsabilidade para os clubes: se não pedirem a revisão de um lance, não poderão andar a dizer à semana que existiu um erro.”

Moreirense SAD: Sócios votam venda a grupo de Bill Foley

  1. Venda da maioria da SAD do Moreirense ao Black Knight Football Club.
  2. Assembleia Geral extraordinária marcada para 31 de maio, às 14h00.
  3. Black Knight Football Club detém o Bournemouth e participações em outros clubes internacionais.
  4. Projeto de investimento em infraestruturas desportivas superior a sete milhões de euros.