O jogo entre Rebordosa e Vitória SC, mais do que um simples encontro desportivo, revelou-se um verdadeiro cruzamento de paixões clubísticas. De um lado, Edgar Teixeira, lateral-direito do Rebordosa, confessou a sua admiração pelo clube de Guimarães. Do outro, Joaquim Rocha, adepto fervoroso de ambas as equipas, viveu um turbilhão de emoções ao ver os seus dois amores em campo.
Este duelo, para além da competição inerente, destacou a capacidade do Vitória SC de gerar empatia e conquistar adeptos fora da sua região, promovendo uma aproximação aos clubes locais e às suas comunidades. Uma estratégia que reforça a identidade e a mística do clube vimaranense.
A Paixão Inesperada de Edgar Teixeira
“A paixão começou há cerca de cinco anos”
, revelou Edgar Teixeira. “Recebi um convite de um amigo meu, o Ricardo Martins, que fazia parte da equipa técnica, para ir ver um jogo. O ambiente que se vive, o momento de cantar o hino antes dos jogos, a envolvência do estádio, a maneira como os adeptos sentem, tudo acabou por me cativar.”
O jogador do Rebordosa não escondeu o entusiasmo por defrontar o Vitória SC: “Fui um privilegiado por ter tido a chance de defrontar um clube da dimensão do Vitória”
. Para Edgar, este encontro foi uma oportunidade de “mostrar aquilo que é a mística do clube um pouco por todo o território, aproximando mais pessoas”
.
Joaquim Rocha: Um Coração Dividido
“Este jogo parece que foi feito para mim!”
, exclamou Joaquim Rocha, adepto do Rebordosa e do Vitória SC. A sua ligação com o Rebordosa remonta à infância, quando acompanhava o avô aos jogos. A paixão pelo Vitória SC surgiu mais tarde, através da esposa, natural de Guimarães.
“Conheci a minha esposa, que é de Guimarães, e passei a ir ver jogos com ela, em casa e fora”
, contou Joaquim. “Em 2016/17, num jogo da Taça de Portugal, no Bessa, fiquei em choque com a deslocação em massa. Isso elevou a minha paixão.”
A Mística Vitoriana Além-Fronteiras
Edgar Teixeira estabeleceu um paralelo entre a paixão dos adeptos do Rebordosa e a dos vitorianos: “Os nossos adeptos também são muito bairristas, defendem com fervor o clube da cidade e são exigentes connosco. Querem sempre mais e acompanham-nos para todo o lado.”
Joaquim Rocha elogiou a capacidade do Vitória de cativar novos adeptos, valorizando sempre as raízes locais das outras equipas. “Conheço gente com histórias iguais à minha, de Santa Maria da Feira, da Póvoa... Fiquei completamente identificado com o clube, porque é ímpar no país, é caso único. Isso faz com que outras pessoas, de outras cidades, se apaixonem pelo bairrismo que ali existe”
.
O Desempenho do Vitória SC
Edgar Teixeira expressou a esperança de que o Vitória SC consiga melhorar o seu desempenho na liga: “Ainda vão a tempo de fazer um bocadinho mais na liga, porque têm capacidade para isso.”
O lateral destacou a dificuldade em manter os melhores ativos
, mas mostrou-se confiante na equipa.
“Estamos muito orgulhosos com o que os jogadores conseguiram fazer, apesar de tantas adversidades”
, afirmou Joaquim Rocha. “A nossa exigência é sempre diferente, não é fácil para qualquer jogador, treinador ou dirigente. As críticas estão sempre à porta, e ao mínimo erro aparecem.”
Os Favoritos dos Adeptos
Entre os jogadores do Vitória, Edgar Teixeira confessou: “Identificava-me muito, pelo estilo de jogo, com o Mangas. Entre os que continuam, também me enchem as medidas o Händel e o Tiago Silva”
.
Joaquim Rocha revelou que o seu jogador favorito é o Varela, muito por causa do seu filho, mas também admira “muito o Händel e o Tiago Silva, que são os motores do Vitória”
. Para além disso, destacou “um João M. Mendes muito assertivo”
e mostrou respeito por Nélson Oliveira, “que dá tudo em campo”
.
