Gui Santos, de 22 anos, é atualmente o único brasileiro a atuar na NBA. Depois de ter sido escolhido na 55ª posição do draft de 2022 pelos Golden State Warriors, o jovem extremo/poste natural de Brasília tem vindo a ganhar espaço na formação de Steve Kerr.
Na época passada, Gui fez 23 jogos pelos Warriors, registando médias de 4,4 pontos, 3,0 ressaltos e 1,4 assistências. Esta temporada, o seu papel tem-se tornado ainda mais relevante, com a equipa a contar com ele em 39 partidas até ao momento (4,4 pontos, 3,0 ressaltos e 1,4 assistências).
Experiência como repórter e relação com Neemias Queta
Durante o All-Star Weekend, em São Francisco, A BOLA conversou com o jovem brasileiro, que aproveitou também para fazer algumas perguntas ao seu colega de equipa Stephen Curry no dia de imprensa dos all-stars, na Oracle Arena, em Oakland.
Gui não escondeu a surpresa positiva com a experiência na NBA até ao momento. «Ah, sim, com certeza, com certeza... Agora que estou aqui como repórter, tem sido muito difícil, é muito complicado. E estar a fazer perguntas... Agora que terminei de as fazer estou mais relaxado, mas a experiência é muito boa de estar a fazer o vosso trabalho», começou por dizer, comparando o desafio de ser repórter com a facilidade de estar em campo.
Confrontado com a presença de outro jovem brasileiro na NBA, Neemias Queta, que atua nos Boston Celtics, Gui Santos elogiou a relação entre os dois. «Neemias Queta! My guy! [O meu amigo]», exclamou, explicando que, apesar de falarem português, não há «trash talk» entre eles. «Não. Não existe trash talk entre nós. Somos de boa relação. Ele faz uma boa bola e eu digo: 'Boa Neemias!' Eu faço uma boa bola e ele: 'Boa, Gui!' É um a torcer pelo outro dentro de campo.»
Diferenças entre basquetebol da FIBA e da NBA
Quanto às diferenças entre o basquetebol da FIBA e da NBA, Gui considera que na competição europeia «é mais físico, com mais porrada. Vai-se o tempo todo empurrando», enquanto que na NBA «é mais explosivo. Os jogadores são mais rápidos, mais velozes. Também são fortes, como é óbvio, mas acho que na FIBA pode-se agarrar mais».
Sonhos e ambições na NBA
Questionado sobre o que ainda não lhe tinha acontecido na NBA e que esperava que acontecesse, Gui Santos não hesitou: «O que ainda não me aconteceu... Além de ser campeão, sem dúvida. Esse é o primeiro desejo. Quero jogar contra o Luka Doncic [Lakers] na NBA. Só tive oportunidade de defrontá-lo na FIBA. É isso, jogar na NBA contra ele.»
Quanto a quem já tinha defrontado e que representava um sonho, Gui Santos citou LeBron James. «Ele é a história do basquetebol. Já está há 22 anos na Liga a fazer história e ter a oportunidade de o defender, jogar contra ele – defrontei-o nos Jogos Olímpicos [Paris2024] e estar, dentro de campo, também na NBA a defrontá-lo foi um sonho de criança realizado.»
Com a chegada de Jimmy Butler aos Warriors, Gui Santos acredita que a equipa passa a ter «maiores ambições», nomeadamente de chegar à final da NBA. E nessa eventual final, o jovem brasileiro não esconde que gostaria de encontrar o seu compatriota Neemias Queta. «Contra o Neemias. Mas desta vez vai dar Brasil.»