Antigo defesa do Vitória de Guimarães acredita em repetição da proeza europeia

  1. Vitória de Guimarães atingiu os quartos de final da Taça UEFA em 1986/87
  2. Atual equipa comandada por Luís Freire enfrenta o Bétis nos oitavos de final da Liga Conferência
  3. Jogos da eliminatória vão ser disputados a 9 e 13 de março

Miguel, um dos jogadores-chave do histórico Vitória de Guimarães que atingiu os quartos de final da Taça UEFA em 1986/87, acredita que a atual equipa comandada por Luís Freire tem condições para superar o Bétis nos oitavos de final da Liga Conferência. O antigo defesa central, que foi totalista naquela memorável campanha europeia dos minhotos, realça a importância da "entreajuda entre os setores" e do "espírito de grupo muito grande" como pilares para repetir uma façanha semelhante.

«O principal segredo tem de ser uma equipa com entreajuda entre os setores todos, com um espírito de grupo muito grande e muita vontade. Pode ser que seja preciso algum tipo de 'estrelinha'. No futebol, é preciso», disse Miguel à Lusa, ao perspetavar a eliminatória com o conjunto espanhol, sexto classificado na Liga, que arranca esta quinta-feira em Sevilha.

Vantagem de jogar a segunda mão em casa


O ex-internacional português, de 61 anos, que representou o Vitória entre 1984/85 e 1987/88, considera que atribuir o favoritismo ao Bétis pode ser "melhor para o Vitória", pois retira-lhes "a responsabilidade de ganhar". Além disso, o facto de a primeira mão ser disputada fora e a segunda em Guimarães, a 13 de março, também pode ser uma vantagem adicional.

«Geralmente, quando o primeiro jogo é na casa da equipa adversária, há sempre uma hipótese mais alargada de dar a volta em nossa casa, apesar de o Betis estar a jogar muito bom futebol. Está a ser uma das 'revelações' em Espanha. Vai ser complicado, mas há sempre a possibilidade de vencer», apontou.

Ambiente adverso motivava os antigos jogadores


Miguel enaltece a "campanha bonita e espetacular" do Vitória na Liga Conferência, com 10 vitórias e dois empates, mas reconhece que os adversários que a sua equipa defrontou em 1986/87 na Taça UEFA eram "muito mais difíceis". Nessa época, os vimaranenses eliminaram equipas como o Atlético de Madrid, numa eliminatória marcada pela hostilidade dos adeptos 'colchoneros'.

«O ambiente até nos deu mais força para lutar ainda mais durante os 90 minutos. Fomos ameaçados de morte a entrar no estádio. Tínhamos de ser vigiados por polícias a cavalo, ao lado do autocarro que nos levou. Íamos no autocarro e só ouvíamos os madrilenos a dizer: 'Muerte! Muerte! Muerte! [Morte! Morte! Morte!, em português]'», recorda.

Jogadores experientes estarão preparados


O ex-jogador, que defendeu também as cores do Sporting e do Gil Vicente, está confiante de que os atuais jogadores do Vitória estarão preparados para o ambiente adverso que podem encontrar no Estádio Benito Villamarín, em Sevilha. «Quando encontrava esses ambientes, era o que me motivava mais. Parece que 'trincava a língua' para dar mais um bocadinho. Os jogadores já estão habituados ao ambiente do Estádio D. Afonso Henriques, que também não é fácil. Sabemos como é a massa [adepta] do Vitória, é do 'oito ou do 80'. Eles devem estar preparados», concluiu.

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