Uma oportunidade única
O Vitória SC tem diante de si a possibilidade de emular uma das melhores campanhas europeias da sua história, quando em 1986/87 chegou aos quartos de final da Taça UEFA. Dessa vez, os minhotos disputam a Liga Conferência e terão pela frente o Betis, considerado favorito pela maioria dos observadores.
No entanto, o antigo defesa-central Miguel, que integrou a equipa vimaranense nessa época histórica, acredita que o atual conjunto treinado por Luís Freire tem «uma palavra a dizer» na eliminatória. «O principal segredo tem de ser uma equipa com entreajuda entre os setores todos, com um espírito de grupo muito grande e muita vontade. Pode ser que seja preciso algum tipo de 'estrelinha'. No futebol, é preciso», disse o ex-internacional português, de 61 anos.
A campanha de 86/87
Miguel, que também representou o Sporting e o Gil Vicente, lembrou que na altura o plantel do Vitória SC era «recheado de bons jogadores» e que as equipas adversárias «temiam» a formação minhota. Na época de 1986/87, os vimaranenses chegaram aos quartos da Taça UEFA, depois de eliminar adversários como o Atlético de Madrid, o Groningen e o Borussia Mönchengladbach.
«O ambiente até nos deu mais força para lutar ainda mais durante os 90 minutos. Fomos ameaçados de morte a entrar no estádio. Tínhamos de ser vigiados por polícias a cavalo, ao lado do autocarro que nos levou. Íamos no autocarro e só ouvíamos os madrilenos a dizer: 'Muerte! Muerte! Muerte! [Morte! Morte! Morte!, em português]'», recordou Miguel, a propósito da eliminação do Atlético de Madrid.
Prognóstico para a eliminatória
Apesar de considerar o Betis como favorito, por estar «a jogar muito bom futebol» e ser uma das «revelações» do campeonato espanhol, o antigo jogador acredita que o facto de o primeiro jogo se disputar fora pode beneficiar o Vitória SC. «Geralmente, quando o primeiro jogo é na casa da equipa adversária, há sempre uma hipótese mais alargada de dar a volta em nossa casa», explicou.
Miguel enalteceu também a «campanha bonita e espetacular» realizada pelos atuais minhotos na Liga Conferência, realçando que, apesar de não serem tão fortes quanto os adversários da década de 1980, têm dado provas de uma equipa unida e com vontade de «repetir a façanha». Por isso, Miguel conclui que os jogadores do Vitória SC devem estar «motivados» para enfrentar o ambiente «hostil» do Estádio Benito Villamarín, em Sevilha.
