Sucessivas trocas de treinador
O Vitória de Guimarães tem passado por sucessivas mudanças de treinador nos últimos anos, com nove técnicos diferentes desde que António Miguel Cardoso assumiu a presidência há três anos. No entanto, o candidato à reeleição recusa que as alterações no comando técnico sejam inevitáveis e diz-se satisfeito com o «perfil muito positivo» de Luís Freire, técnico dos minhotos desde janeiro de 2025.
«Gostava muito que fosse o treinador do próximo mandato, seja comigo, seja com outra direção. Tudo vamos fazer para que isso aconteça», afirmou António Miguel Cardoso em entrevista à Lusa. O dirigente explica que só dois técnicos anteriores - Paulo Turra e Daniel Sousa - saíram por não estarem alinhados com a «estrutura forte e organizada» do Vitória, algo que não acontece com Luís Freire.
Objetivos desportivos ambiciosos
Nos últimos três anos, o Vitória atingiu o recorde de 63 pontos na Liga, garantindo o 5.º lugar na época 2023/24, e qualificou-se consecutivamente para a Liga Conferência. Para o próximo mandato, António Miguel Cardoso espera que a equipa consiga ir além dos oitavos de final da prova europeia, termine, no mínimo, em 5.º lugar no campeonato e vença uma Taça de Portugal.
«Queremos continuar a ter qualificações europeias e a ter cada vez melhores campanhas na Europa. (...) Queremos também, na Taça de Portugal, fazer cada vez melhor. Fizemos umas meias-finais no ano passado [2023/24]. Queremos finais, queremos vencer finais», perspetiva o candidato.
Dificuldades financeiras
Apesar dos bons resultados, a SAD do Vitória enfrenta dificuldades financeiras, com um passivo de 71,7 milhões de euros e capital próprio negativo de 28,4 milhões em 31 de dezembro de 2024. António Miguel Cardoso explica estes números com a ausência de receitas televisivas, a amortização de negócios com o FC Porto e os juros de empréstimos.
O dirigente acredita que a situação financeira começará a inverter-se na próxima temporada, com a ajuda do fundo V Sports, que detém 29% do capital da SAD. Contudo, a UEFA tem bloqueado a parceria por entender que isso permitiria ao V Sports, também proprietário do Aston Villa, controlar áreas desportivas e outras do Vitória. Para resolver os problemas orçamentais, o candidato defende a aposta na formação, com o objetivo de ter 50 a 60% dos jogadores vindos da base. Além disso, planeia concluir as obras da nova academia e construir dois mini-estádios no complexo, um com relva natural e outro com relva artificial.