Seis meses depois de conquistar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, Patrícia Sampaio voltou à capital francesa e sagrou-se campeã do Grand Slam de Paris, uma das provas mais emblemáticas do Circuito Mundial de Judo.
A atleta do Gualdim Pais entrou na competição isenta da primeira ronda e venceu os três combates que disputou, todos por ippon. Apesar de não se sentir totalmente bem no primeiro combate, Sampaio conseguiu impor a sua estratégia e dominar os adversários, incluindo a francesa Audrey Tcheumeo, duas vezes medalhada olímpica e quatro vezes medalhada em Campeonatos do Mundo.
"Senti-me inteligente a combater"
Senti-me, se é que se pode dizer, inteligente a combater, que estava muito focada na estratégia e que consegui impô-la sempre muito bem
, afirmou a judoca portuguesa.
Patrícia Sampaio destacou ainda a alteração recente das regras, que voltaram a incluir a pontuação de yuko, considerando que isso irá tornar os combates mais fáceis de serem resolvidos, sem necessidade de tantos prolongamentos para golden score.
Junta-se a um grupo restrito de judocas portugueses
Agora existe essa distinção do que é realmente um wazari e uma queda quase de barriga, que é um yuko. Acho mais justo. Mas sim, com os yukos é mais fácil os combates não se prolongarem para golden score
, explicou.
Com esta vitória, Sampaio junta-se a um restrito grupo de apenas quatro judocas portugueses que conseguiram vencer o Grand Slam de Paris, nomeadamente Pedro Soares (1998), Telma Monteiro (2012 e 2015) e Bárbara Timo (2021). No entanto, a atleta não coloca esse feito como um objetivo, preferindo focar-se na sua própria evolução.
"Não olhar tanto para as conquistas dos outros"
Não importa se alguém já tenha vencido cinco ocasiões, vou querer fazê-lo mais vezes do que já fiz anteriormente. A competição passa muito por ser comigo própria. Não olhar tanto para as conquistas dos outros, mas aquilo que ainda tenho para conquistar
, frisou.
Apesar da conquista do ouro em Paris, Patrícia Sampaio revela que a sua medalha de bronze dos Jogos Olímpicos, conquistada há seis meses, se encontra já bastante deteriorada, ponderando a possibilidade de a trocar, embora reconheça o significado especial daquela distinção.
Não sei se a quero trocar porque foi aquela medalha que me foi posta ao peito, não é? É um pau de dois bicos. Não sei mesmo… Mas que está um bocadinho estragada, isso está
, concluiu.