Os sócios do Vitória de Guimarães, clube ligado à SAD que compete na I Liga, aprovaram na sexta-feira, por maioria, o relatório e contas da época 2023/24, que apresenta prejuízo de 1,13 milhões de euros.
Segundo a nota publicada no site oficial dos vitorianos, cerca de 300 associados reuniram-se no Pavilhão Desportivo Unidade Vimaranense, em assembleia-geral ordinária, iniciada na sexta-feira à noite e concluída no sábado, para discutir e votar um documento com resultado líquido no vermelho, em contraste com o da época 2022/23, concluída com um lucro de 4,63 milhões.
Prejuízo recorde da SAD
Além dos resultados financeiros e do balanço patrimonial do clube, responsável por 13 modalidades desportivas, o relatório e contas apresenta também os números relativos à SAD, que vão ser discutidos e votados na assembleia geral de acionistas, agendada para segunda-feira.
A entidade que gere o futebol profissional vitoriano encerrou a temporada 2023/24 com um prejuízo de 14,7 milhões de euros, depois de ter concluído a época 2022/23 com um lucro de 1,74 milhões. As contas consolidadas de clube e SAD do Vitória de Guimarães para 2022/23 refletem um prejuízo de 15,85 milhões de euros.
Diminuição das receitas e aumento dos gastos
O prejuízo total resulta da quebra de 46% nos rendimentos totais, dos 45,47 para os 24,49 milhões de euros e do aumento de 9,2% nos gastos totais, de 28,15 milhões para 30,76 milhões, o que gerou um resultado operacional (EBITDA) negativo, de 6,34 milhões de euros, depois agravado pelos gastos em juros, impostos, depreciações e amortizações.
Depois de amealhar 23,22 milhões de euros em transferências de jogadores na época 2022/23, o Vitória viu essa soma cair para 8,36 milhões na temporada anterior, após as vendas do defesa André Amaro, do médio Dani Silva e do avançado Alisson Safira, o empréstimo do extremo Nélson da Luz aos chineses do Qingdao West Coast e os bónus associados a Tapsoba, Aziz, Lyle Foster e Noah Holm.
Situação patrimonial preocupante
Os rendimentos totais do clube e da SAD aumentaram 79%, dos 25,92 milhões para os 45,47 milhões de euros, enquanto os gastos totais desceram 4,2%, dos 29,41 milhões para os 28,15 milhões de euros.
O passivo consolidado, que respeita às obrigações e dívidas do clube e da SAD, subiu dos 58,3 milhões de euros para os 72,4 milhões de euros, o valor mais elevado de sempre, enquanto o ativo desceu dos 68,3 milhões de euros para os 66,6 milhões de euros.
O capital próprio agregado tornou-se pela primeira vez negativo, passando dos 10 milhões de euros positivos para os cinco milhões de euros negativos, condição que também está associada à SAD, com os 30 milhões negativos a serem mitigados pelos 25 milhões positivos do clube.