Vitória SC - Boavista: Uma rivalidade histórica marcada pela paixão e equilíbrio

  1. Vitória SC e Boavista são dois dos clubes que mais 'comichão' causaram aos três grandes do futebol português nas últimas décadas
  2. O Boavista sagrou-se campeão nacional em 2001, feito épico neste século
  3. O Vitória SC alcançou um famoso terceiro lugar na temporada 1986-1987
  4. Ademir Alcântara teve uma ótima relação com o antigo presidente do Vitória SC, Pimenta Machado

Uma rivalidade clássica do futebol português


A rivalidade entre o Vitória SC e o Boavista é uma das mais emblemáticas do futebol português. Apesar de registar momentos de maior equilíbrio, com o Boavista a conseguir apenas três vitórias nos últimos 20 encontros, a paixão e emoção dos adeptos de ambos os clubes nunca esmoreceu, criando uma aura especial nos confrontos entre os dois emblemas.

Historicamente, o Vitória SC e o Boavista são dois dos clubes que mais «comichão» causaram aos três grandes do futebol português nas últimas décadas. O feito épico do Boavista se ter sagrado campeão nacional em 2001 é disso exemplo, assim como as várias épocas competitivas em lugares europeus alcançadas pelo Vitória SC, como o famoso terceiro lugar na temporada 1986-1987.

O brilho de Ademir Alcântara


Nessa temporada de 1986-1987, o médio ofensivo brasileiro Ademir Alcântara foi uma das grandes figuras e destaques da proeza vimaranense. Poucos anos depois, Ademir brilharia também ao serviço do Boavista, na cidade do Porto.

«Tenho muitas saudades dessa época [1986/1987]. Éramos uma equipa excecional e qualquer adversário sentia que era difícil jogar em Guimarães. A cidade e os adeptos são muito envolvidos com o clube. Quando chegávamos das competições europeias - independentemente do horário -, nós éramos sempre recebidos no Largo do Toural. Faziam sempre uma grande festa e acompanhavam-nos para todo o lado. Foi o clube com os melhores adeptos que apanhei», recordou Ademir Alcântara.

A ligação emocional com o Vitória SC


Ademir Alcântara mantém uma forte ligação emocional com o Vitória SC, clube que rapidamente o conquistou quando chegou a Portugal. Mesmo após o final da carreira, o ex-jogador ainda hoje tem negócios em homenagem ao clube e à cidade de Guimarães.

«Eu e o Nené, um grande amigo meu, procuramos que todos os negócios que fazemos aqui no Brasil tenham o nome Guimarães. Temos aqui um com o nome 'Residencial Guimarães'. Todos os edifícios que temos chamam-se 'Guimarães 1, Guimarães 2...', em homenagem ao Vitória SC. Tenho uma grande admiração pelo clube», revelou.

As divergências com Valentim Loureiro


Após o seu período de sucesso no Vitória SC, Ademir Alcântara rumou ao Boavista, onde também se destacou. No entanto, o relacionamento com o então presidente Valentim Loureiro não foi fácil.

«Tive pouco contacto com o Valentim Loureiro, uma vez que não aparecia muito mas acompanhei sempre de perto as atitudes que ele ia tendo perante nós [jogadores] e a verdade é que nem sempre concordávamos com ele. Contudo, o futebol teve sempre este tipo de presidentes mais polémicos, o problema é de quem os perpetua neste tipo de cargos. É pena porque o Boavista é um clube muito bom para jogar, numa cidade excelente.»

Um turbilhão de emoções no Benfica


Ademir Alcântara também representou o Benfica, mas essa passagem ficou marcada por um "imbróglio" entre FC Porto, Vitória SC e Benfica que o prejudicou.

«Basicamente tive uma proposta do Benfica que acabei por aceitar e, depois, o pessoal do FC Porto ficou muito aborrecido porque, aparentemente, o presidente já tinha um acordo verbal com o Jorge Nuno Pinto da Costa, ainda antes da proposta do Benfica. Foi uma confusão onde eu saí mais prejudicado. Sofri pressão dos dois lados e vivi momentos de grande tensão. Foi, muito provavelmente, o pior momento da minha carreira.»

Relação distinta com Pimenta Machado


Ao contrário de Valentim Loureiro, Ademir Alcântara recorda com muito carinho a relação que tinha com Pimenta Machado, antigo presidente do Vitória SC.

«Com o Pimenta Machado tive um relacionamento muito melhor. Trocávamos muitas ideias sobre o clube. Foi uma figura que marcou muito o Vitória SC. Ele lutou pelo clube, ao defender a ideia de clube/cidade. Um apaixonado. O presidente tinha muito respeito por nós [jogadores].»

O clássico do fim de semana


Vitória SC e Boavista voltam a medir forças este domingo, num jogo que opõe dois clubes com ambições completamente distintas no campeonato, principalmente dado ao momento delicado do emblema axadrezado. Mas a paixão e emoção dos adeptos, essa, nunca esmorecerá.

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