O divórcio litigioso entre a Direção liderada por António Miguel Cardoso e Álvaro Pacheco continua a provocar muitas horas de conversa entre os apaixonados adeptos do Vitória e nas páginas das redes sociais com ligação ao clube minhoto.
Ouvidos por O JOGO, três sócios têm opiniões diferentes na abordagem do processo que originou a saída do técnico, a uma jornada do fim do campeonato.
Respeito pela instituição
"A única coisa que se podia exigir a todas as partes é que esperassem, no mínimo, até ao fim da época. Era de bom senso, sobretudo em sinal de respeito com a instituição", sublinha António Lopes. O sócio n.º 2363 defende que "a Direção esteve mal" ao promover uma conferência que qualifica como "inoportuna". "Teve oportunidade de ter dito algo na quarta-feira antes do jogo com o Rio Ave, quando a Sport TV noticiou que Álvaro Pacheco ia sair", lamenta.
Timing da decisão
Vasco Teixeira, o associado mais antigo sondado pelo nosso jornal, tem uma opinião contrária. "O presidente atuou na altura certa. O Vitória já tem o seu lugar consolidado. Se a Direção entendia que não havia condições para o treinador continuar, fez bem em arrumar já a casa", considera, acrescentando também que "fez bem em esclarecer os sócios na conferência". "O conteúdo e o tom da mesma são da responsabilidade do presidente do Vitória. Seria de todo irresponsável fazer aquelas acusações se as mesmas não forem providas de fundamentação", aponta.
Necessidade de estabilidade
Simão Pedroso também considera que a Direção "agiu muito bem em fazer aquela conferência". "Só pecou por ser tardiamente", comenta. "Deu asas a que houvesse todo o tipo de comentário e especulação", argumenta. "Quando foi tornada pública a notícia da reunião de Álvaro Pacheco com os dirigentes do Cuiabá, a Direção devia ter rescindido logo com o treinador", afirma o sócio n.º 3683. "Estávamos numa fase crucial do campeonato e era necessário estabilidade. Como foi pedido sigilo e não respeitou a decisão, a Direção só tinha uma solução: a rescisão. Acima do Vitória só está o Vitória. Se quem lá trabalha não respeita esta centenária instituição, só tem de lhe ser aberta a porta de saída", finaliza.
Opinião dividida
Segundo as opiniões recolhidas, o processo que levou à saída de Álvaro Pacheco do Vitória de Guimarães divide os adeptos do clube. Alguns consideram que a Direção agiu de forma apressada e inoportuna, enquanto outros entendem que a instituição fez bem em resolver a situação de forma rápida, mesmo que isso tenha gerado alguma instabilidade.
Troca de treinadores
O técnico de 52 anos somou 18 vitórias em 32 jogos à frente da formação vimaranense, mas a relação com a Direção parece ter-se deteriorado nos últimos tempos. Rui Cunha será, no sábado, em Arouca, o quinto treinador a orientar o Vitória esta temporada, depois de Moreno Teixeira, João Aroso, Paulo Turra e Álvaro Pacheco.
Responsabilidade da Direção
"Quando Álvaro Pacheco comunicou que não aceitou o Cuaibá, a Direção do Vitória ficou chateada porque não ia receber um milhão de euros de indemnização. Para proteger os interesses do clube deveria estar definido que a rescisão seria consumada no final do campeonato, a não ser que aparecesse alguém a pagar a cláusula. Até poderia ser que fosse o Vasco da Gama. Assim, o Álvaro Pacheco foi de borla e o Vitória ficou com uma imagem pública fragilizada. Isto acaba por ser uma vergonha e o presidente tem grande responsabilidade, porque tem de ser o primeiro a defender os interesses do clube, mesmo que tenha de minimizar o ruído."
António Lopes, sócio nº 2363