Francesco Farioli, atual treinador do FC Porto, partilhou reflexões sobre a sua carreira e o início no clube português, em particular sobre a sua experiência no Ajax e como espera impactar o FC Porto ao longo da temporada. Ele destacou um desejo claro: ““Desta vez, gostaria de mudar o final, mas sim, começámos bem, como fizemos em Nice e Amesterdão.””
Esta frase ilustra a ambição do técnico, que tem mostrado grande comprometimento desde a sua chegada.
Farioli relembrou a sua última temporada no comando do Ajax, onde lidou com uma situação angustiante: ““Posso falar de oito postes em dois jogos, golos sofridos nos descontos e outras circunstâncias incríveis. Vão dizer-me que neste nível não se pode culpar o azar e têm razão.””
Estas experiências não só moldaram o seu carácter mas também a sua abordagem ao futebol, levando-o a enfatizar a importância da resiliência.
Desafios na Eredivisie
Além disso, o treinador não deixou de lado os desafios que se apresentaram após a perda do título na Eredivisie, revelando que, após uma fase de liderança, a dinâmica mudou drasticamente: ““No início de abril, o Ajax liderava a Eredivisie com nove pontos de vantagem sobre o PSV. Parecia um caso encerrado. O telemóvel não parava de tocar. Poderia escolher entre a Premier League, a Série A, a La Liga... Um mês depois, o colapso na liga tirou o meu número da agenda deles.””
Estes altos e baixos destacam quão rapidamente as circunstâncias podem mudar no futebol.
O papel de André Villas-Boas foi crucial na decisão de Farioli em aceitar o desafio no FC Porto: ““O facto de o presidente ser um ex-treinador como André Villas-Boas foi decisivo.””
Este peso e responsabilidade acrescentam um elemento significativo à relação entre treinador e clube, amplificando as expectativas.
Conexão com os jogadores
Com um início impressionante na Liga Portuguesa – quatro vitórias em quatro jogos e uma linha goleadora de 11 golos marcados e apenas um sofrido – Farioli fez questão de conectar-se rapidamente com os jogadores mais experientes. Ele mencionou as semelhanças entre o Ajax e o FC Porto ao discutir a cultura do clube. Para ele, ““A cultura do Ajax é o futebol posicional frio e organizado, uma religião. Adicionei espírito de equipa e gosto pela batalha. A cultura do FC Porto é quase carnal: sacrifício, carrinhos, uns adeptos impetuosos, e estou a introduzir alguns movimentos codificados para tornar o espetáculo mais aberto e completo.””
Isto mostra como Farioli pretende moldar a identidade da sua equipa, respeitando as tradições, mas também inovando.
Farioli, que é licenciado em filosofia, observa que a adaptação é fundamental no seu trabalho. Ele acredita que ““a melhor identidade não é ter uma identidade imutável””
e que ““quem se adapta, avança. Até no futebol.””
Esta mentalidade será, sem dúvida, uma característica importante ao longo da temporada, enquanto trabalha para mudar a narrativa do FC Porto e alcançar novos sucessos.
Perspectivas para o futuro
Com a temporada em andamento e uma impressionante demonstração de resultados até agora, a ambição e a filosofia de Farioli poderão levar o FC Porto a novas alturas. As expectativas são elevadas, e a pressão também, mas a visão do treinador poderá ser a chave para o sucesso a longo prazo.
A pergunta que fica agora é: conseguirá ele, de fato, mudar o final da sua história no futebol? A resposta poderá ser encontrada na forma como a equipa se desenvolve e evolui sob a sua orientação ao longo dos próximos meses.