A jovem adepta Raquel Torres, de 23 anos, não hesitou em embarcar numa aventura épica por amor ao seu clube. “Correu tudo bem”, assegura Raquel, refletindo sobre a sua decisão de viajar sozinha, atravessando o Oceano Atlântico. O motivo da sua jornada foi a esperança de ver o FC Porto enfrentar o Inter Miami, um jogo que rapidamente se transformou num marco da sua vida.

Raquel fundiu dois dos seus maiores amores numa única viagem. “A ideia ganhou forma na altura do sorteio, quando reparei que o FC Porto calhou no grupo do Inter Miami. Tenho um amor muito grande pelo Messi, nunca o tinha visto ao vivo e decidi juntar o amor pelos dois mundos. Foi incrível”, destaca Raquel, explicando como a paixão pela equipa e pelo ícone do futebol a levou a esta decisão audaciosa.

A Solitude Inicial e a União com Outros Adeptos

Apesar de inicialmente se sentir “mais sozinha e receosa nos primeiros dias”, Raquel rapidamente encontrou conforto na companhia de outros adeptos. “Comecei a interagir com outras pessoas e fiz muitos amigos. Fui bem recebida por todos, até pelos próprios benfiquistas. Não tenho nada a apontar [risos]. Eles estavam lá pelo mesmo motivo, que é apoiar o clube do coração. A paixão pelo futebol une as pessoas e ultrapassa barreiras”, recorda.

O apoio recebido na Fan Zone organizada pelo FC Porto tornou-se um dos momentos mais memoráveis da sua viagem. “Conheci alguns adeptos do Boca e decidi ir com eles ao jogo frente ao Benfica. Fui para o lado dos argentinos e foi uma experiência de outro mundo, não há comparação. Cantam do início até ao fim, vi muitos adeptos a chorar por causa da emoção. É outro mundo”, afirma entusiasticamente Raquel.

Reflexões sobre o Jogo e a Desilusão

Após dias de convivência e apoio a outros clubes, chegou o momento de assistir ao jogo que a motivou a empreender esta jornada. Apesar da derrota do FC Porto, a experiência teve um impacto profundo. Raquel expressou a sua frustração com a actuação da equipa: “Dói, não vou mentir, mas a experiência, ter conhecido tantas pessoas e poder apoiar o FC Porto longe de casa, ultrapassa o resultado. Mas doeu. Ainda por cima, tínhamos a obrigação de ganhar. O resultado envergonhou muito o FC Porto”.

Ela também sublinha a falta de empenho exibida pela equipa, mencionando: “Não desgostei da primeira parte, mas o segundo tempo foi péssimo. Os jogadores não correm, não se esforçam, há ali muita falta de atitude e vontade. Compreendo que a época foi difícil, já disputaram muitos jogos e não descansaram, mas têm de pensar um bocadinho em nós. Fazemos quilómetros, gastámos o pouco dinheiro que temos para ver o FC Porto. Deviam dar mais por nós, que damos tudo por eles”.

Uma Memória Mágica

Para Raquel, a experiência continua a ser uma lembrança mágica, que sempre terá um lugar especial em seu coração. “Foi um sonho tornado realidade”, refere, destacando a imponência do estádio e a união dos adeptos: “Foi um momento magnífico e relembrar dá-me arrepios”.

Finalmente, a jovem adepta reafirma a sua paixão não apenas pelo FC Porto, mas também pelo futebol como um todo. “Parece que a idade passa, mas o futebol fica. Tem uma qualidade absurda, parece que a bola fica colada ao pé. Nunca vi igual, é o melhor do mundo”, conclui, referindo-se a Lionel Messi, que personifica um dos seus maiores ídolos.

Um Desejo de Repetição

Raquel Torres espera poder repetir esta experiência em breve, uma vez que a paixão criada nesta viagem se transformou num desejo ardente: “Estou sempre lá para apoiar, seja onde for”.